O controle de produtos farmacêuticos é uma atividade essencial no setor de saúde, seja em uma farmácia de hospital ou até mesmo em uma loja de varejo. Hoje, algumas etapas desse acompanhamento ganharam apoio de novas tecnologias que possibilitam, por exemplo, o monitoramento sem fio de medicamentos.
Nesse conteúdo, falaremos sobre esse processo e como é possível buscar por novas soluções para otimizar o monitoramento de temperatura e umidade de medicamentos, produtos e ambientes.
Monitoramento de medicamentos
O bom monitoramento de medicamentos deve ser feito desde o processo de produção até a chegada ao consumidor. Qualidade, prazos de validade, alterações durante a refrigeração e até mudanças de temperatura no ambiente em que os produtos estão armazenados devem estar no radar dos responsáveis.
O assunto é tão sério que a própria Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) tem programas relacionados ao monitoramento de medicamentos. O Programa Nacional de Verificação da Qualidade de Medicamentos analisa amostras mensais de remédios. Já o projeto Monitoramento de Materiais de Uso em Saúde Comercializados no Brasil busca monitorar produtos disponíveis no mercado. Esses são apenas alguns exemplos.
Porém, no dia a dia de quem trabalha no setor, é preciso ter total controle sobre esse monitoramento. A humano dependência em alguns desses processos tem gerado erros e perdas, além de ter trazido riscos à segurança do paciente.
De acordo com dados divulgados pela CGU (Controladoria-Geral da União), 11 estados e o Distrito Federal jogaram remédios fora em 2014 e 2015. Os problemas que causaram essa perda, que chegou a R$ 16 milhões, foram prazo de validade e armazenagem incorreta. Ou seja, faltou monitoramento adequado.
Dificuldades
Apesar de ser inadmissível que perdas assim ainda ocorram, parte dos processos de monitoramento, mesmo sendo delicados, não têm o suporte tecnológico ou técnico necessário em muitas instituições.
O monitoramento de temperatura e umidade de medicamentos, produtos e ambientes, por exemplo, é um dos processos que apresenta falhas. O motivo é justamente o fato de o processo ser feito de maneira manual.
Isso significa que pessoas ficam responsáveis por fazerem rondas pelos diferentes ambientes e equipamentos. O objetivo é checar os valores de temperatura e umidade, geralmente conseguidos por meio de um termômetro apropriado.
O problema é que, com esse método, é praticamente impossível ter controle total sobre o que de fato ocorreu com aquele produto.
Os responsáveis pelas rondas passam por cada um dos locais necessários apenas a cada três ou quatro horas. O principal perigo aí é que, se houver alguma alteração entre uma checagem e outra, ela não fica nem mesmo registrada.
Mesmo se o problema chegar a ser identificado, não será possível estabelecer exatamente há quanto tempo a alteração está ocorrendo. Também não fica determinado o motivo da mudança. Sem planejamento e reestruturação adequados, o problema pode se repetir.
O resultado disso é o desperdício de produtos, que vão ter que ser jogados fora. Para o estabelecimento, há o prejuízo financeiro. Para o paciente, pode faltar um medicamento essencial para a saúde dele.
Graças a falta de investimento em tecnologias simples e eficazes, se uma alteração não for notada por ninguém, pode acontecer algo ainda pior: um remédio sem qualidade chegar aos clientes.
Como fica a segurança do paciente?
Sem um monitoramento completo e registro de dados precisos, a qualidade dos produtos que chegam aos pacientes pode se tornar um problema. Alguns medicamentos, quando ficam fora da margem adequada de temperatura, por exemplo, sofrem alterações em suas propriedades.
A alteração nos componentes dos produtos pode torná-los ineficazes ou até mesmo geradores de efeitos colaterais. Essa deve ser uma preocupação constante de quem trabalha no setor.
A insulina é um exemplo de produto que pode sofrer alterações quando fica fora da temperatura indicada pela Anvisa. Tanto que até mesmo os pacientes recebem orientações sobre a forma de armazenar o produto.
As indicações para esse medicamento é que ele fique em geladeiras com temperatura entre 2 e 8ºC ou em temperatura ambiente entre 15 e 30ºC. Porém, se enfrentar temperaturas abaixo de 2ºC, pode ter perda de efeito.
Pacientes com diabetes tipo dois dependem da insulina para manter as taxas de glicose do sangue dentro dos valores recomendados. Se um deles utiliza de um produto sem o efeito esperado, pode ter efeitos colaterais graves. A glicose alta por muito tempo, por exemplo, pode ter consequências para a vida inteira.
É preciso encontrar uma solução
Empresas de tecnologia viram no setor uma oportunidade de negócio e, mais que isso, se propuseram a criar sistemas que colaboram para a segurança do paciente. Hoje, existem soluções que utilizam de sensores para que esse monitoramento seja feito da melhor forma possível.
E se engana quem pensa que esse tipo de solução necessita de uma mega estrutura técnica, deixa equipamentos enormes e cheios de fios espalhados pelo ambiente ou é pouco funcional. Hoje, já existe até o monitoramento sem fio de medicamentos.
Monitoramento sem fio de medicamentos
Um sensor de temperatura e umidade é como qualquer outro sensor que temos o costume de ver por aí. Prático, esse tipo de ferramenta funciona com bateria, o que permite que sejam pequenos e adaptáveis para diferentes ambientes.
Para que o monitoramento seja completo, é preciso que os sensores estejam conectados a leitores. É ele que identifica as informações, deixa tudo registrado em nuvem e ainda emite alertas em caso de alterações fora do padrão.
Hoje também já existem sensores para monitoramento sem fio de medicamentos durante o transporte. Eles gravam os dados de temperatura durante o deslocamento dos insumos.
Depois, essas informações podem ser resgatadas para que seja possível saber se houve quebra na cadeia fria. Elas também podem ser utilizadas na auditoria da qualidade dos termossensíveis.
Para instituições de saúde que buscam por soluções que otimizem o controle temperatura e umidade, tecnologias que contam com o monitoramento sem fio de medicamentos combinadas a leitores efetivos podem trazer várias vantagens. Vamos apresentar três delas.
Visibilidade da operação
Sistemas assim possibilitam uma visibilidade mais completa, principalmente para os diretores técnicos e administrativos. É possível acompanhar atividades dos times e, ainda, caso seja necessário rever algum dado, está tudo registrado em um dashboard.
Além disso, alguns dos sistemas existentes permitem que tudo seja acompanhado em um computador, tablet ou até mesmo no celular.
Em caso de alteração de temperatura e/ou umidade fora da margem indicada para cada produto, os responsáveis recebem alertas imediatos. É possível escolher se esses alertas vão ser recebidos via SMS, ligação, push notification, aviso sonoro, e-mail, entre outras opções.
Apostar nesse tipo de solução garante que seja obtido controle total sobre o que está acontecendo, de fato.
Economia
A economia vem em dois sentidos. Primeiro porque o risco de perda de medicamentos de alto-custo é extremamente reduzido. Sem um controle preciso, uma alteração em um refrigerador já pode resultar em uma grande perda para a instituição de saúde.
Outro impacto pode ser visto no dia a dia. Funcionários que antes ficavam focados nessa atividade podem passar a realizar tarefas mais complexas e que realmente precisam do suporte humano. A produtividade aumenta, o que impacta diretamente na economia do estabelecimento.
Adaptabilidade
Seja em uma pequena farmácia ou um hospital de grande porte, esse tipo de solução pode ser muito útil. Isso porque é possível selecionar o número de sensores necessários de acordo com os ambientes ou equipamentos que precisam ser monitorados.
Opção com ótimo custo-benefício
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