Publicado em 17 agosto 2021 | Atualizado em 7 junho 2021

Por meio de um programa de calibração é possível agregar mais eficácia aos equipamentos usados no meio hospitalar ou em laboratórios e clínicas. Afinal de contas, essa atividade contribui para que a manutenção seja menos custosa e mantenha os aparelhos em seus níveis ideais de utilização.

Como resultado, sua instituição de saúde trabalha de maneira qualitativa — sem imprevistos, desperdícios e prejuízos.

O ponto-chave, então, é o seguinte: como implementar um programa de calibração hospitalar? O programa recomendado conta com 7 etapas bem definidas para que os seus equipamentos estejam sempre prontos para uso e para garantir precisão aos resultados obtidos.

Quais são as diferenças entre a calibração rastreada e a calibração RBC?

Podemos começar explicando melhor a diferença entre dois tipos de calibração de equipamentos: a RBC e a rastreada.

Resumidamente, a calibração RBC é feita apenas por instituições certificadas e acreditadas ao Inmetro. Essa, inclusive, leva o reconhecimento da Coordenação Geral de Acreditação (CGCRE) e de outros órgãos internacionais além do próprio Inmetro.

Já a calibração rastreada é conduzida com os mesmos padrões aplicados na calibração RCB, mas por órgãos de saúde que não possuam a acreditação. Ou seja: para isso funcionar, são usados instrumentos calibrados por um laboratório acreditado ou RBC. Daí, o seu hospital tem a obrigação de apresentar o certificado de calibração em auditorias periódicas. O que inclui, portanto, uma etapa a mais de burocracia.

Como implementar um programa de calibração de equipamentos?

Hora de entender, então, como é possível agregar o valor de um programa de calibração hospitalar dentro da sua própria instituição. Confira o passo a passo a seguir!

1. Faça o levantamento dos equipamentos hospitalares e separe-os entre os ativos próprios e ativos de terceiros

Comece por mapear todos os processos da sua rotina hospitalar que fazem uso de equipamentos. Estamos falando de todo tipo de acessório que use algum tipo de medição, como:

  • termômetros;
  • medidores de pressão;
  • balanças;
  • medidores de pH.

Entre tantos outros dispositivos que devem vir acompanhados de dados relevantes indicados pelo fabricante de cada produto com relação à sua periodicidade de calibração e manutenção.

Isso vai servir para que, inicialmente, já se tenha algum tipo de orientação tanto para os valores ideais quanto para os dados obtidos em uma monitorização posterior.

Lembre-se, inclusive, de incluir no seu inventário não apenas o equipamento hospitalar próprio, mas o terceirizado. Máquinas alugadas, por exemplo, devem constar na lista — afinal de contas, os parâmetros têm que estar alinhados com os níveis ideais, independentemente da procedência do produto.

2. Entenda quais os parâmetros que serão avaliados e calibrados

Você sabe quais são todos os parâmetros a serem verificados em um monitor de sinais vitais, por exemplo?

Ao implementar o programa de calibração hospitalar, essas informações têm que constar no seu planejamento. Isso vai servir, por exemplo, para um eventual orçamento de serviços terceirizados de manutenção. E, ao saber quais dados você deseja verificar, o trabalho é ainda mais rápido de ser concluído.

Sem falar que existem parâmetros diversos de acordo com diferentes faixas etárias de pacientes. Tomemos como exemplo, aqui, um ventilador pulmonar e os diversos parâmetros a serem considerados — como pressão, volume, pressão residual (PEEP) e concentração de O2, entre outros.

Nesse caso, os parâmetros ideias são distintos para pacientes neonatal, infantil e adulto. Daí, a importância em compreender quais parâmetros devem ser avaliados e também o que vai fazer parte da calibração de equipamentos.

3. Use as regulações sobre esses parâmetros para seguir compliance

Todo equipamento hospitalar tem que estar em alinhamento com os parâmetros corretos de uso e com a manutenção em dia para que as medições sejam precisas e livres de interpretações dúbias.

E uma das maneiras de manter isso em voga, por meio do programa de calibração, é a NBR ISO/IEC 17025. trata-se de uma norma que tem o principal objetivo de solidificar um programa qualitativo de monitoramento.

Para tanto, a NBR ISO/IEC 17025 já tem definido os requisitos técnicos para que cada equipamento seja facilmente calibrado. Essa certificação concedida, inclusive, faz com que o seu hospital siga à risca toda e qualquer regra associada aos parâmetros ideais dos seus acessórios e dispositivos.

4. Tenha um controle sobre as manutenções preventivas e realize verificações periódicas

A partir da listagem que citamos no primeiro tópico para a implementação de um programa de calibração é possível ter uma projeção futura sobre os próximos passos.

Por exemplo: a data em que foi feita a última manutenção e qual vai ser a próxima verificação agendada.

Dessa maneira, fica fácil ter um controle exato do que vem sendo realizado a respeito da calibração de equipamentos e a sua equipe segue amparada por dados confiáveis e atualizados para garantir a conformidade com os parâmetros ideais.

5. Realize a priorização dos equipamentos médicos a serem calibrados

Assim como existem dezenas e mais dezenas de dispositivos que devem ter os seus dados monitorados, durante o uso, também existem aparelhos que são prioritários para a calibração de equipamentos.

São, por exemplo, aqueles que vão passar por mais inspeções com base em fatores específicos, como:

  • criticidade do maquinário e dispositivos;
  • a frequência de utilização deles;
  • a frequência recomendada de manutenções corretivas;
  • os dados do fabricante com relação à manutenção e os parâmetros ideais de uso.

É fundamental, então, que o seu hospital concentre as informações muito bem delineadas e atualizadas. Isso vai contribuir com um processo ágil, efetivo e livre de imprevistos — e do qual todos os colaboradores vão ter acesso e saber como proceder diante da necessidade de manutenção do dispositivo.

6. Defina a periodicidade e responsabilidade da calibração (quando e quem fará)

Em complemento ao tópico acima, vale a pena ter um trabalho colaborativo em que cada funcionário sabe, exatamente, qual é a sua responsabilidade e quando ela deve ser exercida.

Se um equipamento hospitalar deve ser inspecionado semestralmente, por exemplo, isso deve constar na listagem de dispositivos. Mas, também, vale a pena já delegar os funcionários que vão ou estão capacitados a fazer esse tipo de trabalho.

É uma maneira prática e eficiente de dar mais autonomia à sua equipe e, também, de dar a eles o controle da qualidade do trabalho realizado.

7. Divulgue um cronograma para as equipes de manutenção preventiva e calibração

Por fim, o programa de calibração hospitalar deve ter um cronograma do qual todos têm acesso. Isso vale tanto para os dispositivos que necessitam desse trabalho quanto para o cronograma de manutenção e para os passos relativos aos ajustes dos parâmetros em si.

Assim, fica fácil dividir as tarefas e responsabilidades e saber como agir diante de cada situação possível dentro das listagens realizadas. O controle do seu estabelecimento é o grande elemento funcional para que essa equação sempre feche a conta e a calibração hospitalar seja parte de um fluxo de trabalho imbatível.

E agora que você já está por dentro de todos os passos necessários para a criação de um programa de calibração hospitalar, que tal ir além e conhecer um pouco mais a respeito do assunto? Aproveite para ler o nosso artigo que trata sobre os requisitos e a importância do certificado para a calibração de equipamentos hospitalares!

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Redação Nexxto

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