Publicado em 28 setembro 2021 | Atualizado em 19 setembro 2021

Em um recente artigo, a Revista Visa em Debate apresentou os principais parâmetros relacionados à segurança transfusional. Dada a relevância do tema, o foco da discussão foi a avaliação dos riscos potenciais em serviços de hemoterapia, além de versar sobre as boas práticas que diminuem essas ocorrências.

Logo, é necessário observar a legislação para garantir a excelência em todas as etapas que envolvem a transfusão de sangue. Priorizar esse cuidado é necessário desde a coleta do sangue e as análises sorológicas — que investigam a presença de agentes etiológicos de doenças como HIV, Hepatite e Sífilis — até o transporte e o armazenamento desses insumos.

Sob essa ótica, vamos reforçar a importância da atenção a tais critérios para a proteção da saúde dos pacientes e dos profissionais, bem como para a padronização das atividades inerentes ao ciclo do sangue. Veja como a gestão pode investir na automação dos processos na área de saúde, obter resultados mais expressivos e se tornar mais competitiva.

Na prática, quais processos englobam a segurança transfusional?

Garantir a segurança transfusional é um dos requisitos exigidos pelos órgãos normativos que determinam os parâmetros que envolvem todas as atividades de hemoterapia. O objetivo é evitar riscos eventuais à saúde, não apenas dos pacientes como também dos profissionais que executam tarefas relacionadas ao ciclo do sangue.

Nesse sentido, elencamos algumas das atividades que exigem atenção e cuidado para assegurar a observância a todos os requisitos de segurança. Observe!

Prescrição médica

Seguir a prescrição médica é uma orientação básica, visto que esse é um dos princípios mais relevantes da ética na rotina da saúde, inclusive nas atividades que envolvem o ciclo do sangue. Esse é um documento padronizado, no qual deve constar todas as informações que possibilitem a identificação do paciente a fim de evitar ocorrências relacionadas às falhas de administração ou de conduta.

Entre os dados a serem observados na prescrição destacam-se:

  • nome completo;
  • data de nascimento;
  • matrícula;
  • enfermaria e leito;
  • indicação da transfusão;
  • exames laboratoriais que justifiquem a transfusão;
  • data das transfusões solicitadas com intervalos de administração, se necessário.

Coleta de amostras

Geralmente, a coleta é uma responsabilidade da equipe de enfermagem de hemoterapia ou dos técnicos dos laboratórios que farão os exames. Esse procedimento é feito com técnicas de punção conhecidas e usualmente praticadas no exercício da profissão. No entanto, se houver necessidade de coleta que exija alguma técnica especial, por questões de segurança, exige-se que seja praticada por profissional habilitado.

Quanto às orientações para o transporte seguro das amostras, as mais importantes são:

  • na etiqueta da amostra deve-se contar o nome do paciente, matrícula, enfermaria e leito, e horário da coleta;
  • o material coletado deverá ser transportado imediatamente ao laboratório;
  • no transporte de sangue, recomenda-se o uso de caixas térmicas apropriadas para evitar balanços e choques mecânicos que comprometam a qualidade do material;
  • garantir a manutenção da temperatura ideal da amostra de sangue a ser examinada é fundamental.

Seleção pré-transfusional

Esse é um dos mais importantes princípios de segurança transfusional, pois essa seleção objetiva a análise da amostra de sangue a ser transfundida. Tal prática deve ser realizada por profissional qualificado e que tenha habilitação técnica para identificar — e solucionar — eventuais problemas que possam interferir nos procedimentos referentes ao ciclo de sangue.

Na confirmação de quaisquer anormalidades na amostra, recomenda-se o seguinte:

  • submeter a amostra ao estudo hematológico para elucidar o problema e garantir a propriedade do componente desejado;
  • solicitar novas amostras para complementação dos exames, caso seja necessário;
  • etiquetar o hemocomponente selecionado nas provas pré-transfusionais.

Expedição

De acordo com as normas que regem esse processo, as bolsas de sangue selecionadas para transfusão devem ser transferidas para a expedição. O objetivo é avaliar a necessidade de procedimentos especiais. Porém, apenas os profissionais capacitados e habilitados poderão executar essa tarefa. Além disso, mediante a execução de novos procedimentos, o material receberá novas etiquetas.

Em linhas gerais, os procedimentos especiais mais comuns são:

  • desleucocitação;
  • lavagem da amostra;
  • técnicas de aliquotagem.

Transfusão

Por fim, mediante a solicitação de transfusão, a equipe de enfermagem verifica se o material está em conformidade com as exigências da segurança transfusional em todas as etapas do ciclo do sangue. Assim, o próximo passo é conferir a prescrição médica, a solicitação e a disponibilidade do hemocomponente no setor de expedição.

Dessa forma, caso haja conformidade com todos os princípios de segurança, a recomendação é utilizar caixas adequadas para o transporte do sangue para transfusão.

Tal tarefa cabe à equipe do posto de enfermagem responsável pelo procedimento.

Na sequência, procede-se a identificação e a confirmação dos dados do paciente. Assim, na etiqueta da bolsa deverá constar o nome do paciente, número de matrícula e grupo sanguíneo.

Em vias gerais, as etapas que envolvem a transfusão de sangue são:

  • verificação dos sinais vitais pré-transfusionais;
  • punção venosa por meio de técnicas habituais;
  • em caso de dificuldade com o acesso venoso, um médico pode realizar a punção da veia jugular externa ou da veia profunda;
  • após a transfusão, recomenda-se a monitoração do paciente por 15 minutos para observar eventuais reações transfusionais.

O que é o Teste de Ácido Nucleico e para que serve?

Também conhecido por NAT, o Teste de Ácido Nucleico é uma das técnicas mais utilizadas para garantir a segurança transfusional. Por meio dele, é possível identificar doenças como HIV e Hepatite B e C na sorologia de quem doa sangue e seus derivados.

A metodologia empregada no NAT tem como base a pesquisa de RNA ou DNA viral, cuja eficácia para a identificação de agentes patológicos é bem maior. Por conta disso, esse teste se torna bem mais rápido e seguro quando comparado aos demais disponíveis.

Além disso, o NAT ainda apresenta outro importante diferencial: a redução da janela imunológica — período em que os anticorpos não são detectados no sangue. Com a utilização deste teste, é possível observar as seguintes margens de segurança quanto à janela biológica:

  • HIV – cai de 22 para 8 dias;
  • Hepatite B – diminui de 60 para 10 dias;
  • Hepatite tipo C – a redução é de 70 para 10 dias.

Resumidamente, pode-se afirmar que o NAT é um teste biológico de alta sensibilidade, cuja meta é garantir os princípios de segurança transfusional. No Brasil, o Ministério da Saúde implantou esse teste por questões de segurança: ele é o procedimento ideal para reduzir a janela imunológica e atestar a excelência nos procedimentos referentes ao ciclo do sangue.

Como garantir a segurança no transporte do sangue e dos hemocomponentes?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que as autoridades governamentais instituam medidas que visem à segurança de todos os procedimentos relacionados à coleta, armazenagem e transporte do sangue. A meta é evitar falhas nesses processos e exigir a adequação às normas que possibilitam o suprimento de sangue e hemoderivados seguros à população.

Para tanto, é necessário seguir à risca os mecanismos regulatórios que garantam a qualidade desses serviços, desde a seleção de doadores, coleta e armazenamento, até o transporte desses materiais termossensíveis. Assim, a atenção aos regulamentos técnicos — com ênfase em boas práticas — são cruciais à segurança do ciclo do sangue.

Logo, um dos fatores essenciais no quesito segurança transfusional é cumprir o regulamento previsto para o acondicionamento e transporte do sangue e seus hemoderivados. Vale destacar, entretanto, que as temperaturas recomendadas para o armazenamento de sangue podem variar bastante.

Por isso, os profissionais devem ter o mínimo conhecimento dos valores estabelecidos para transporte e armazenamento dos hemocomponentes. Observe os mais relevantes:

  • plasma comum – a temperatura ideal é de 20°C a 24°C;
  • concentrado de hemácias lavadas – em sistema fechado, a temperatura ideal é entre 1°C até 10°C;
  • plasma fresco congelado e plasma crioprecipitado – a temperatura de conservação é igual ou inferior a -18ºC;
  • concentrado de plaquetas – entre 20°C e 24°C.

Como a solução Nexxto pode te ajudar?

A Portaria conjunta Anvisa/SAS nº 370/2014 dispõe sobre o regulamento técnico-sanitário a ser seguido durante o transporte de sangue e hemocomponentes. Nesse sentido, a tecnologia Nexxto pode te ajudar, pois disponibilizamos um meio seguro de controle da temperatura dos equipamentos para o monitoramento do sangue, e seus hemocomponentes e hemoderivados.

Logo, queremos te auxiliar com a gestão dos processos e adequação à legislação. Sabemos que a atenção a esses detalhes é essencial, não apenas para a prevenção da saúde do paciente como também para promover a sustentabilidade dos negócios.

Garantir a segurança transfusional é imprescindível para qualquer empresa que manipule sangue ou hemoderivados. Assim, como você já conhece as temperaturas ideais à conservação desses materiais, o ideal é investir em uma solução que facilite a sua rotina.

Por essa razão, oferecemos a oportunidade de melhorar os processos referentes ao ciclo do sangue utilizando o monitoramento de temperatura e umidade. Aproveite e fale com um de nossos consultores e saiba melhor sobre a Nexxto. Afinal, podemos ser o melhor parceiro para você e sua equipe.

Como você notou, o ideal é que as temperaturas estejam nos níveis considerados ideais e em consonância com os padrões legais de manejo dos hemoderivados no ciclo do sangue.

Para compreender melhor a aplicabilidade desses recursos, confira o nosso case de sucesso do Banco de Sangue de São José dos Campos e entenda como otimizamos o processo e auxiliamos a garantir a segurança transfusional da instituição.

Este artigo foi útil para você? Aproveite e veja também o que dizem os regulamentos e as legislações sobre o manejo com sangue e seus hemoderivados!

h

Redação Nexxto

Time de Marketing

O time de Marketing da Nexxto é responsável por sempre trazer os melhores conteúdos do setor de saúde para você.