Como a tecnologia pode auxiliar o farmacêutico responsável em garantir o funcionamento da cadeia de produção e distribuição de medicamentos?
Figura conhecida seja na indústria, seja no varejo, o farmacêutico responsável técnico (RT) é o profissional cuja missão é a de monitorar e garantir que os processos relacionados desde a fabricação e distribuição até a comercialização e dispensação de medicamentos estejam em acordo com as leis e normas vigentes.
O que na teoria parece simples, a prática se revela bastante desafiadora. Isso porque o farmacêutico precisa de atenção máxima a todos os detalhes do processo em que está inserido, pois pode responder civil e penalmente por qualquer dano que cause ao consumidor.
Existem ainda casos de instituições – principalmente as farmácias do setor público – que não possuem um farmacêutico responsável na equipe, o que dificulta a fiscalização do controle de qualidade dos medicamentos armazenados e dispensados.
Um levantamento de 2006 do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP) revelou que 73% das farmácias públicas do município de São Paulo não contam com um farmacêutico no quadro de funcionários. Outro estudo, realizado pela ANVISA, mostrou que 7 em cada 10 farmácias do SUS não possui um farmacêutico responsável.
A tecnologia auxiliando nos desafios do farmacêutico
Mesmo na iniciativa privada, os desafios desse profissional também são enormes e, muitas vezes, a dificuldade em estar presente as todas as etapas coloca em risco o controle de qualidade dos medicamentos. Hoje, com as soluções tecnológicas focadas na área da saúde, o trabalho tem se tornado mais ágil e assertivo. Vejamos alguns casos na prática:
1. Gestão e controle de estoque
Ao final de cada mês, o farmacêutico responsável precisa conferir se os medicamentos estão estoque estão de acordo com o cadastrado no SNGPC (Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados), da ANVISA. Essa fiscalização se torna bastante complicada, principalmente se equipe não tiver bem organizado receita por receita, exigindo que o farmacêutico tenha de conferir, muitas vezes na mão, cada informação.
Graças à tecnologia, hoje é possível minimizar esse retrabalho no gerenciamento do estoque de medicamentos com soluções de healthtechs que rastreiam todas as entradas e saídas do estoque, monitorem a temperatura e umidade dos refrigeradores, principalmente nos casos de medicamentos termolábeis, para sinalizar casos de eventuais oscilações desses indicadores, diminuindo, ao máximo, as chances de perda de produtos por má conservação ou de roubo e extravio de algum medicamento.
2. Organização de toda operação da área
Além de monitorar, de perto, os processos relacionados aos medicamentos, o farmacêutico responsável também precisa garantir que a operação, independente de ser em uma fábrica ou uma drogaria, esteja em conformidade com as resoluções estabelecidas com a ANVISA.
Nesse sentido, a tecnologia também pode ser uma facilitadora desse processo, pois existem ferramentas que não só garantem o monitoramento constante do estoque de medicamentos, como também rastreiam toda a cadeia produtiva da empresa, sinalizando sinais de conformidade ou disparidade de acordo com as normas pré-estabelecidas. Isso, trazendo para prática do farmacêutico, poupa-lhe tempo e dinheiro, evitando refações ou irregularidades na produção.
3. Fiscalização de instalações e equipamentos
Outro desafio e tanto para o farmacêutico responsável é o de garantir o controle sanitário das instalações e equipamentos utilizados na fabricação, transporte ou armazenamento de medicamentos, evitando que haja desperdício por falhas em algum desses processos.
Para se ter uma ideia, o País gasta cerca de R$ 16 milhões só com problemas relacionados a armazenagem de medicamentos. Por isso que hoje é possível que o farmacêutico instale sensores de umidade e temperatura para auxiliá-lo a monitorar, em tempo real, o estado de cada um desses equipamentos, garantindo assim maior agilidade e assertividade nesse controle.
4. Atualização de históricos de procedimentos ou dos pacientes
Em meio às atividades de fiscalizar cada etapa do processo envolvido, o farmacêutico responsável – especialmente o que atua em drogarias – também precisa cuidar da organização todo o histórico dos pacientes/clientes que passam pelo estabelecimento. Isso porque é ele quem presta assistência médica ao consumidor durante o atendimento, esclarecendo dúvidas e orientando sobre a prescrição feita pelo médico.
Por isso que, ao contar com uma solução de healthtech, o farmacêutico consegue organizar, em um só lugar, todas as informações dos pacientes/clientes que chegam à drogaria, principalmente os que fazem uso de medicamento de uso contínuo. Assim, ele tem mais clareza da periodicidade e dos produtos com maior saída em estoque.
Essa fiscalização também vale para o caso do farmacêutico que atua na indústria, pois permite que ele possa avaliar os procedimentos utilizados na organização dos caminhões de transporte de carga e da organização dos lotes de medicamentos antes que eles saiam para distribuição.
5. Capacitação dos funcionários
Por ser responsável pelo cumprimento das normas dos órgãos regulatórios, o farmacêutico precisa garantir que as equipes envolvidas em cada etapa do processo estejam bem treinadas para que respeitem a legislação sanitária e demais legislações correlatas.
A partir do momento que esse farmacêutico responsável conta com auxílio da tecnologia no seu trabalho, ele pode registrar todas as ocorrências relacionadas a erro humano, identificando pontos de melhoria e, assim, possibilitando que ele treine a equipe focado no que eles mais precisam aperfeiçoar, diminuindo riscos de falhas futuras.
Quais as melhores soluções que podem auxiliar no trabalho?
É importante avaliar quais empresas hoje disponibilizam essas tecnologias e, principalmente, quais delas conhecem a fundo as necessidades do farmacêutico responsável e de toda a cadeia produtiva para que ofereçam soluções que, de fato, resolvam ou minimizem os desafios desse profissional.
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