Publicado em 23 fevereiro 2021 | Atualizado em 21 fevereiro 2021

No cotidiano do trabalho, profissionais da saúde são expostos a uma série de ameaças potenciais, e entre elas estão os riscos biológicos. Além de serem prejudiciais e afetarem diretamente a saúde dos trabalhadores, também tornam o ambiente vulnerável, podendo causar danos a terceiros.

Portanto, ações para mitigar tais riscos tornam-se obrigatórias. E as normas de biossegurança são os meios de prevenção adotados para proteger esses profissionais. A partir disso, a NR 32, norma regulamentadora publicada em 2005 pelo Ministério do Trabalho, traz as diretrizes para implementar as medidas necessárias.

Nesse sentido, a norma serve como balizador para proteger e garantir a segurança dos profissionais da área da saúde, e também de todos os que exercem atividades de assistência à saúde, de modo geral.

Neste artigo, traremos um panorama dos riscos biológicos, sua classificação e como a NR 32 atua na promoção da biossegurança. Acompanhe!

Como os riscos biológicos são classificados?

De forma geral, os riscos biológicos são aqueles que têm relação com a manipulação ativos que possuem algum agente biológico patogênico, ou seja, que podem causar doenças. É um tipo de risco ambiental, pois em decorrência dessa relação direta, o indivíduo fica sujeito a desenvolver problemas que afetam sua saúde.

Assim, os agentes biológicos são enumerados de acordo com o potencial de risco à saúde, divididos na seguinte ordem:

  • Baixo
  • Moderado
  • Elevado
  • Alto

Já em relação ao potencial de contenção e controle, a partir das medidas de biossegurança, a classificação se inverte:

  • Alto
  • Elevado
  • Moderado
  • Baixo

No entanto, para tornar as medidas de prevenção mais eficientes, os riscos biológicos são classificados a partir de três fatores:

  • possível dano que a infecção pode causar;
  • tratamento existente para a infecção causada pelo agente biológico;
  • risco de uma propagação coletiva, baseado no tipo de vetor do agente.

A partir desses três pontos, a Anvisa definiu em portaria a classificação de riscos biológicos em níveis de periculosidade e insalubridade:

Classe de Risco 1

São os agentes com menor grau de riscos biológicos, apresentando baixa ou nenhuma capacidade de gerar danos. Seu risco de propagação é baixo, incluindo agentes que não causam doenças em pessoas ou animais adultos sadios.

Classe de Risco 2

Classificação de risco moderado, onde os agentes biológicos apresentam alguma capacidade de gerar danos ao trabalhador, porém com risco baixo de propagação no ambiente. Como exemplo, podemos citar o vírus da rubéola, que pode causar uma doença, mas possui tratamento.

Classe de Risco 3

Aqui, os riscos biológicos são considerados elevados, pois os agentes podem causar sérios danos ao trabalhador, com risco de propagação moderado. A capacidade de transmissão entre indivíduos está presente, podendo ocasionar doenças graves e fatais como febre amarela e HIV.

Classe de Risco 4

Nesta classe estão os agentes biológicos de alta periculosidade e que não possuem tratamento eficaz. Além de apresentarem risco elevado para a sociedade devido ao alto nível de propagação, podendo levar ao óbito. O Sars-Cov-2, responsável por causar a COVID-19, está entre os riscos biológicos de maior grau.

E afinal, quem está mais exposto aos riscos biológicos?

Não são apenas os profissionais de saúde que estão expostos aos riscos biológicos, mas estes são, claramente, os que mais dependem das estratégias de biossegurança dentro do ambiente de trabalho.

Dentro desse grupo, podemos destacar algumas atividades que expõem o trabalhador em saúde ao agentes de risco:

  • contato com pacientes em isolamento decorrente de doenças contagiosas ou com seus objetos de uso não esterilizados;
  • manipulação de agentes biológicos em laboratório;
  • limpeza e manutenção em clínicas, unidades de saúde e hospitais;
  • atendimento hospitalar em geral.

Nesse sentido, não são apenas os profissionais de medicina e enfermagem quem mais se expõem aos riscos biológicos. Todos os trabalhadores dentro do ambiente hospitalar e laboratorial, desde os responsáveis por atividades de manutenção até o atendimento ao público são amparados pelas normas de biossegurança e pela NR 32.

NR 32 e a biossegurança nos serviços de saúde

Entre muitas normas, a NR 32 foi criada para estabelecer medidas de proteção aos trabalhadores em serviços de saúde. Contudo, além dos riscos biológicos, a norma também aborda os riscos físicos, químicos, ergonômicos e por acidentes.

Para os empregadores, a norma surge com o papel de reduzir os danos e, consequentemente, os gastos previdenciários. Mas para os profissionais, as medidas de biossegurança vêm para tornar o ambiente laboral mais agradável, facilitando, inclusive, o desempenho das atividades.

Entretanto, incorporada à NR 32 estão duas correntes: a) das diretrizes básicas de proteção à saúde e segurança e; b) a que considera os riscos pela exposição aos agentes biológicos.

A partir das medidas de prevenção relacionadas aos riscos biológicos, a norma estabelece que as instituições adotem o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA). Esse documento deve conter dados que identifiquem os riscos mais prováveis, em função da característica do serviço, localização e setores. Além de considerar:

  • fontes de exposição e reservatórios;
  • vias de transmissão e de entrada;
  • grau transmissibilidade, patogenicidade e virulência do agente;
  • nível de persistência do agente biológico no ambiente;
  • estudos epidemiológicos, dados estatísticos ou quaisquer outros estudos científicos.

Junto ao PPRA, o empregador também deve manter o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). Nesse documento, devem constar a identificação dos trabalhadores expostos aos riscos biológicos, incluindo função e local das atividades desempenhadas, vigilância médica dos profissionais e programa de vacinação.

Principais medidas de biossegurança na área da saúde

Chamamos de biossegurança o conjunto de medidas e normas utilizadas na proteção dos trabalhadores frente aos riscos biológicos. Desse modo, é possível criar barreiras e evitar acidentes de trabalho que envolvam os agentes nocivos ao qual os profissionais estão expostos.

Principalmente em ambientes hospitalares, farmacêuticos e laboratoriais, a biossegurança é fundamental para garantir que as atividades laborais sejam desempenhadas de forma segura e salubre. Para tanto, é necessário estabelecer critério e seguir algumas regras, como:

Sobretudo, a biossegurança requer práticas e tecnologias que ajudem a evitar os riscos biológicos, diminuindo a exposição do trabalhador aos agentes. Para isso, são necessárias estratégias que contribuam, entre outras medidas, com a redução de acidentes envolvendo elementos tóxicos.

Assim, utilizando como base o contexto da NR 32, fica nítido que os riscos potenciais se tornam mais próximos quando o trabalhador não está preparado e orientado para as medidas de segurança necessárias.

Portanto, é imprescindível que os gestores e líderes de instituições se preparem para melhorar suas estruturas. E, consequentemente, apliquem de modo correto todas normas que orientam para a segurança e saúde dos profissionais que se dedicam às atividades em saúde.

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Redação Nexxto

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