Publicado em 11 maio 2021 | Atualizado em 22 abril 2021

Em 2016, a indústria farmacêutica faturou R$ 85,35 bilhões. O que não exclui uma visão crítica direcionada ao setor para decifrar quais desafios têm desacelerado esse crescimento no país.

Porque, de um lado, temos o aumento de demanda em medicamentos paralelamente ao recente aumento na expectativa de vida do brasileiro. Por outro, crises recentes como a pandemia causada pelo novo coronavírus expõe desafios. Por exemplo: como abastecer essa procura em dezenas de milhares de farmácias, formando apenas um contraste do mercado.

É justamente por isso que esses obstáculos devem ser analisados com mais critério: há oportunidades para estar mais ao alcance do consumidor e de maneira qualitativa. Vencê-los, portanto, mostra-se um caminho sólido para transformar o setor e agregar ainda mais valor às instituições de saúde e aos seus consumidores.

O contexto da indústria farmacêutica no Brasil

Os dados mencionados anteriormente impressionam ainda mais em um escopo internacional. Estimativas apontam que o crescimento dos últimos dois anos do setor vai impulsionar o país à quinta posição entre as maiores indústrias do ramo.

Importante dado. Especialmente, quando percebemos que foram gastos US$ 1,2 trilhão, em 2018, com medicamentos ao redor do mundo. Apenas em 2019, o mercado nacional identificou um crescimento próximo de 10% — algo como o dado mais expressivo dos últimos cinco anos.

E dá para ir além, das dez empresas com o maior faturamento no Brasil, seis delas pertencem à indústria farmacêutica e as líderes equivalem a 82,5% desse total. Confira quais são essas empresas:

  • Aché;
  • EMS Pharma;
  • Eurofarma;
  • Sanofi;
  • Novartis.

Só que, na outra ponta dessa história, voltamos ao que tem freado o desenvolvimento do setor no país. Embora as crises política e econômica possam não ter abalado as estruturas da indústria farmacêutica em si, os seus próprios pilares colocam em risco a manutenção dessas projeções tão positivas para o futuro imediato.

Vamos entender, então, quais são e avaliar se esses desafios que impactam a farmácia, no fim da linha, são os mesmos que influenciam as turbulências na gestão do seu negócio!

Os 5 desafios de toda a área de medicamentos

Embora cada farmácia, clínica ou indústria — independentemente do porte — enfrente distintos obstáculos, no dia a dia, muitas situações em comum podem ser observadas.
Confira as principais delas, e estas têm interferido no setor de medicamentos!

1. Gestão da venda de medicamentos genéricos

Hoje em dia, a venda de medicamentos de baixo custo já abocanhou mais de 25% do mercado brasileiro. Quase 4 mil medicamentos genéricos já foram registrados, podendo ser encontrados na sua farmácia favorita, e distribuídos por 117 fabricantes.

Ou seja, esse é um índice interessante que se mostra ainda mais relevante em momentos de crise financeira ou mesmo a atual crise de saúde por conta da Covid-19.
É importante, aqui, equilibrar as demandas e a produção de novos medicamentos da indústria.

2. Política nacional de resíduos sólidos

Por meio da resolução RDC 306/2004, a gestão da indústria farmacêutica busca alinhar-se às melhores práticas sustentáveis. Para tanto, são avaliadas as substâncias que podem estar presentes nos resíduos despejados pelo segmento. O que, por sua vez, pode causar riscos à natureza e também às pessoas.

Confira como fica a hierarquia conforme a resolução citada:

  • biológicos;
  • químicos;
  • radioativos;
  • comuns recicláveis e não recicláveis;
  • perfurocortantes.

Existe, contudo, atenção especial aos resíduos químicos. Principalmente, porque é o fator mais presente nos medicamentos produzidos pela indústria. Daí, o desafio e também a necessidade em categorizar os resíduos para garantir o descarte adequado de cada um deles.

No caso dos resíduos químicos, a maior recomendação é que os produtos sejam incinerados e descartados em locais apropriados — além de distantes dos depósitos públicos de lixo.

Aí entra também outro problema que influencia de maneira negativa no setor: as orientações claras a respeito do modo correto de descarte no que diz respeito ao manuseio do consumidor final.

Em uma longa cadeia produtiva, a população tem a sua parcela de responsabilidade. Mas nem a indústria farmacêutica encontra uma definição clara capaz de orientar o consumidor. Com isso, cria-se um gargalo grande de soluções que permanecem teóricas e não são levadas à posterior execução.

3. Venda por e-commerce

A venda online de medicamentos adquiriu popularidade recentemente. Em sua maioria, como consequência direta das medidas de distanciamento social inspiradas no combate à pandemia do coronavírus.

Acontece que uma farmácia tem como mostrar que a maioria dos produtos comercializados concentra-se em cosméticos e artigos de higiene, e menos em medicamentos.

Sem falar que a legislação ainda é instável no assunto — medicamentos controlados foram atualizados para conferirem autorização de serem comercializados on-line — e potencialmente flexibilizada pelo momento em que vivemos.

No entanto, a alta demanda pode ser uma resposta produtiva para aquecer novos debates sobre o assunto e impulsionar as vendas digitais de medicamentos por meio do auxílio de soluções tecnológicas.

4. Alta do dólar

É inegável a influência da moeda estrangeira no desenvolvimento econômico do Brasil. Quando o dólar dispara, os insumos ficam mais caros e, consequentemente, a produção de medicamentos e dos produtos que chegam à farmácia é afetada.

A produção nacional e a menor dependência de importações, nesse sentido, pode garantir uma solução para que a variação cambial não influencie profundamente no desenvolvimento da indústria.

5. Logística

Como já foi destacado, o abastecimento de farmácias com medicamentos tem crescido, nos últimos anos, e isso impacta diretamente na logística da indústria farmacêutica.

No entanto, vale observar alguns fatores que impactam o mercado e que devem ser constantemente monitorados para garantir soluções eficientes, como:

  • treinamento adequado da equipe, inclusive no que diz respeito aos cuidados com o armazenamento e a entrega de medicamentos, valorizando assim a integridade dos produtos, além de ações específicas, como a atenção à umidade e temperatura de materiais sensíveis;
  • atenção aos padrões de qualidade e da Anvisa, o que inclui diversos elementos, como informes claros sobre medicamentos controlados e perigosos; cuidados na manipulação de produtos perecíveis; e advertir sobre a movimentação fiscal da empresa, entre outros;
  • áreas segregadas para a manutenção de medicamentos. Um problema comum para os produtos que são enviados às distribuidoras sem as embalagens corretas, por exemplo, e que devem ser pensados de maneira estratégica, para estar em alinhamento às exigências da Anvisa e qualificados por meio de certificações e licenças;
  • aquisição de licenças também, pois o transporte de alguns medicamentos sensíveis necessita de aprovações específicas, e isso inclui planejamento e investimentos múltiplos;
  • falta de integração também interfere na logística da indústria farmacêutica. Para tanto, essa deficiência pode ser suprida por meio de softwares de gestão, por exemplo, que automatizam processos e colocam os dados do seu negócio sob ampla perspectiva e monitoramento.

O futuro da indústria farmacêutica

Falar do setor no atual momento passa, invariavelmente, pelo impacto e as consequências deixados pela pandemia da Covid-19. E um recente estudo da PwC alerta para os principais deles.

Uma das tendências apontadas tem a ver com a flutuação cambial e os olhos atentos por oportunidades de aquisição de empresas nacionais. Por outro lado, fusões também estão em pauta, especialmente para marcas em busca de complementar o portfólio ou para intensificar pesquisas em algumas áreas.

É, portanto, um setor economicamente abalado pelas sequelas que a pandemia causou no mercado. Mas os resultados atuais do segmento nacional podem contribuir com a valorização local e, assim, um fortalecimento do setor como um todo.

Mas agora que vimos os grandes desafios do setor, vamos além no assunto. Para entender melhor sobre os processos e rotinas da indústria, leia nosso artigo sobre a indústria farmacêutica e a importância do controle de qualidade!

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Redação Nexxto

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