Publicado em 16 setembro 2020 | Atualizado em 13 outubro 2020

O Business Intelligence vai na contramão de uma recente pesquisa, que aponta que 25% das empresas brasileiras ignoram a transformação digital e os efeitos positivos da implementação de novas tecnologias.

Os números mostram que 94% dos hospitais brasileiros já têm interesse em investir em ao menos uma das grandes tendências tecnológicas para o setor. Entre elas, destaca-se o Business Intelligence — ou BI, apenas.

Prova disso é que grande parte das organizações da área da saúde tem observado as aplicações variadas da tecnologia. Em pesquisa desenvolvida pela IT Mídia, em 2018, quase 75% das instituições de saúde com faturamento anual superior a R$ 2 bilhões disseram que pretendem investir em Business Intelligence.

Complementarmente, 46% dos gestores pretendem focar em investimentos que se traduzam em melhorar a eficiência dos seus processos, bem como na segurança dos pacientes. E o BI já tem demonstrado participação ativa em ambas as preocupações desses profissionais. Não à toa, em 2014 uma pesquisa já apontava que a negligência da importância do Business Intelligence era um grande erro dos gestores.

O que é o Business Intelligence?

O uso de dados estrategicamente veio de carona com os hábitos digitais de uma civilização cada vez mais on-line — quase 5 bilhões de pessoas já têm acesso à internet. Graças a outras tecnologias, como o Big Data, todo tipo de ação digital converte-se em informação. E, a partir dela, a tomada de decisão é mais analítica e assertiva. Isso, resumidamente, é o Business Intelligence.

Por exemplo: com o uso de softwares no dia a dia de uma empresa é possível monitorar a performance individual e coletiva dos funcionários. Dessa maneira, fica fácil identificar oscilações na produtividade para solucionar o problema rapidamente.

Na área da saúde, o BI tem atuação similar. Imagine que todos os dados gerados nas etapas produtivas de um ambiente hospitalar, laboratorial ou clínico se transforme em amparo para insights inovadores. Isso inclui a quantidade de atendimentos ou de exames, em determinado período, o tempo de cada um, o desempenho de unidades hospitalares ou mesmo o grau de satisfação dos pacientes.

Tudo isso concentrado em uma só ferramenta que compila a informação e torna a visualização de relatórios com conveniência e praticidade.

Quais são as aplicações do BI na área da saúde?

Além dos exemplos acima, o Business Intelligence tem se consolidado como uma tecnologia inestimável para o setor da saúde porque garante mais controle e segurança à gestão.

Para esclarecer esses benefícios, veja abaixo como o BI já tem sido aplicado no dia a dia da área de saúde.

Análise de dados

As ferramentas de BI têm a capacidade de receber, compilar e converter os dados gerados em uma instituição de saúde de maneira automatizada e em tempo real.

Com isso, a sua gestão é beneficiada por interpretá-los e melhorar, gradualmente, os processos. É uma atividade analítica e estratégica, mas significativamente facilitada por um software que apresenta todo tipo de índice e métrica que você necessitar para qualificar a sua instituição.

Reduzir custos para a instituição

Um trabalho mais digital e menos analógico. Para o setor da saúde, isso se resume à concentração reduzida de impressões e papéis circulando — o que também minimiza as ocorrências de perdas e extravios de documentos.

Além disso, a redução de custos pode surgir a partir da análise de dados passados para obter projeções estimativas mais precisas. O que pode ajudar no uso mais racional de produtos ou mesmo na gestão de estoque mais enxuta e alinhada à realidade da instituição.

Melhoria na qualidade do atendimento

O BI pode servir para a padronização do atendimento. Assim, as consultas e exames ocorrem em um intervalo de tempo conveniente para a sua equipe e também para o deleite da experiência do paciente.

Para tanto, é necessário dispor de uma solução digital que ajude a converter cada atendimento em métricas mensuráveis. Alguns exemplos disso:

  • dados de exames;
  • hábitos alimentares dos pacientes;
  • admissões e altas de internações.

São dados que oferecem uma perspectiva clara de todos os processos da sua instituição, e que podem favorecer estratégias diferenciadas para agilizar o atendimento ao paciente e torná-lo mais eficiente.

Auxílio na tomada de decisão

Por meio do Business Intelligence, sua gestão sabe exatamente qual é o estoque de produtos e aprende, gradualmente, a melhor maneira de trabalhá-lo. Isso evita compras em quantidades excessivas e, por consequência, otimiza o direcionamento de recursos para outras áreas.

Também é digno de menção o trabalho qualificado dos médicos, que passam a ter acesso integrado a informações gerais dos pacientes — como o aumento de casos de determinada doença —, permitindo uma avaliação de riscos muito mais ágil. E um plano de ação igualmente rápido e efetivo, consequentemente.

Como esses benefícios são percebidos?

Já deve ter ficado claro o quanto o BI tem a capacidade de reduzir custos, qualificar a sua tomada de decisão e agregar à qualidade do atendimento de seus pacientes, certo?

Vale destacar, contudo, como isso funciona na prática.

O Big Data é a tecnologia responsável por colher esse volume intenso e robusto de dados digitais. O BI apenas é a ferramenta que compila e gera os relatórios de acordo com os objetivos e necessidades do seu negócio. Sem o Business Intelligence, esses dados não têm propósito analítico e só ocupam espaço no disco rígido ou em sua solução de armazenamento na nuvem.

O que acontece, então, é a organização de informação em uma plataforma personalizável. E é aí que faz toda a diferença para os gestores: eles têm um aliado feito para compreender as suas reais necessidades.

Como funciona a gestão em saúde com a contribuição do BI?

Anteriormente, mencionamos que as métricas e indicadores passam a agregar mais controle e segurança à sua gestão. E é importante observar esse trabalho potencializado com o BI.

Um exemplo: mais do que apontar a quantidade de exames em radiologia, o Business Intelligence também identifica os intervalos de parada, de produtividade e o tempo levado em cada procedimento.

Como já destacamos, essas informações são valiosas para prever, em curto ou médio prazo, a média de atendimentos, o perfil de público em cada horário do dia, a previsão de receita e até mesmo quais exames são os mais rentáveis.

Em áreas administrativas, como o financeiro, o BI favorece uma visualização completa e individualizada de tudo o que acontece em sua instituição, como:

  • contas a pagar e a receber;
  • estoque;
  • faturamento;
  • custos de cada departamento.

Informação é, mais do que nunca, um ativo poderoso. E atualmente podemos ir muito além das especificações quantitativas dos números, analisando os resultados de maneira aprofundada, analítica e estratégica.

E aproveitando que o assunto é tecnologia aplicada no setor da saúde — e falamos um bocado sobre o tema ao longo deste artigo — temos uma leitura complementar para você. Confira como o BI é tão valioso assim, para o setor, a partir de uma análise dos benefícios e desafios em usar o Big Data!

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Lucas Almeida

Cofundador e CRO da Nexxto

Trabalho todos os dias para ajudar o setor de saúde a ser mais digital e eficiente, possibilitando que mais pessoas no Brasil tenham acesso a serviços com qualidade e segurança.