Publicado em 10 dezembro 2020 | Atualizado em 26 novembro 2020

A transformação digital no setor de saúde tem ampliado significativamente as possibilidades de tratamento e qualidade no cuidado com o paciente. Entre tantos exemplos, temos tecnologias como a no-code platform (plataforma sem código), que traz inovação e acesso facilitado a soluções, sendo a nova tendência do mercado para serviços de saúde.

Com a ascensão da telessaúde e a digitalização de ferramentas importantes, como receitas e prescrições, é possível observar que toda essa mudança é um caminho sem volta. A Internet das Coisas também mostra que os avanços tecnológicos, mais do que tendência, são uma necessidade para a saúde.

Do mesmo modo, em meio à crise do novo coronavírus, muitos provedores de saúde passaram a desenvolver aplicativos e oferecer novas demandas de serviço e informação. Assim, as plataformas no-code e low-code tornaram-se ferramentas de grande utilidade. Isso porque elas facilitam o trabalho dos desenvolvedores em situações onde as atualizações e aprimoramento são constantes.

Outro fator que motivou a adoção desse tipo de tecnologia foi o econômico. Por conta de recursos mais enxutos, organizações precisaram usar a criatividade e lançar mão de estratégias para administrar as necessidades impostas pelo “novo normal”. Sobretudo por causa da migração dos escritórios para o home office, onde as plataformas digitais passaram a ter uma relevância ainda mais significativa.

Conforme relatório da da consultoria americana Gartner, até 2024 as plataformas no-code serão a base de desenvolvimento de 65% dos aplicativos. E isso incluindo a participação de grandes corporações. Um dos motivos é a capacidade de auxiliar usuários menos experientes na construção de sistemas complexos.

O que é no-code e quais os recursos e aplicações da plataforma

As no-code platforms são plataformas de desenvolvimento sem código que permitem aos programadores, e até aos usuários sem conhecimento de programação, criarem aplicativos através de interfaces gráficas. Esse modelo possui configurações que substituem a programação tradicional por códigos.

Plataformas no-code são criadas com o objetivo de auxiliar usuários corporativos a desenvolverem e realizar a manutenção de seus próprios aplicativos. Suas funcionalidades variam bastante, permitindo integração com diferentes nichos de mercado. Um aplicativo desenvolvido a partir de uma plataforma no-code pode ser focado num negócio específico e por isso o setor de saúde é altamente beneficiado com essa tecnologia.

Num mundo totalmente digitalizado, cada vez mais serviços podem ser acessados através do celular. Ao ponto de os smartphones se tornarem uma verdadeira extensão da nossa vida.

São documentos, contas de banco, cartão de crédito, acesso ao transporte… Até nossos relacionamentos, muitas vezes, se resumem ao contato via apps. Seria inviável descrever tudo que temos, literalmente, na palma da mão.

Nesse sentido, o setor de saúde também faz uso de tecnologias que disponibilizam diversos serviços ao usuário, tanto na saúde pública quanto privada. A exemplo do Conecte SUS, onde o cidadão pode ter acesso ao cartão digital do Sistema Único de Saúde, conferir seu histórico como paciente, consultar o registro de vacinas, entre outras funcionalidades. Contudo, esse é uma apenas um entre tantos exemplos de conectividade disponíveis na área.

Onde a no-code pode ser aplicada?

Para hospitais, clínicas e laboratórios, adotar ferramentas de interação com o usuário faz parte da dinâmica de aprimoramento no atendimento. Inclusive, servindo como estratégia de Business Intelligence. E é aí que as plataformas sem código se tornam a melhor saída para o desenvolvimento de aplicativos.

Assim, diante da crescente demanda, as startups vêm trabalhando no desenvolvimento dessas plataformas para empresas. Desse modo, é possível que o cliente crie aplicativos através de uma interface prática e rápida, onde personalizações e atualizações são facilitadas.

Veja a seguir alguns exemplos onde a no-code pode ser aplicada para o setor de saúde:

  • acesso a resultados de exames laboratoriais e de imagem;
  • marcação de consultas;
  • lembrete de medicação;
  • agendamento de serviços diversos (vacinação, coleta de amostras, etc);
  • monitoramento de atividades.

Portanto, as plataformas no-code auxiliam as organizações de saúde a desenvolver aplicativos e, mais do que isso, criar soluções eficientes. Ainda que esse recurso não dispense o trabalho dos desenvolvedores na equipe, o uso dessa ferramenta no setor de saúde pode ajudar na aceitação dos aplicativos, especialmente por parte dos médicos.

Principais diferenças entre no-code e low-code

Apesar de se assemelharem bastante, existe uma diferença básica entre as tecnologias no-code e low-code. Isso porque a low-code, que é um termo mais popular no mercado de tecnologia, se caracteriza pelo desenvolvimento com baixo código. Assim, seu objetivo é facilitar o trabalho dos desenvolvedores, fazendo com que as tarefas sejam mais ágeis e produtivas.

Quando faz uso de uma plataforma low-code, o desenvolvedor cria uma aplicação com mais rapidez. Já que esse tipo de solução permite trabalhar a partir de uma programação básica, facilitando o desenvolvimento do produto.

Portanto, pode-se afirmar que uma no-code platform é uma low-code com maior capacidade de adaptação, com recursos visuais e bem simplificados. Primordialmente, uma plataforma low-code diminui a necessidade de códigos na ferramenta, tornando-a simplificada.

Já a no-code atua num contexto de passo a passo capaz de transformar qualquer usuário com noções básicas em um criador de aplicativos. Ou seja, ambas permitem desenvolver aplicativos com simplicidade e agilidade.

As plataformas no-code e os benefícios para o setor de saúde

Quando pensamos em no-code, é importante ter em mente que ainda há um longo caminho na criação de soluções e inovações tecnológicas. Por mais acelerada que pareça, a transformação digital no setor de saúde – especialmente no Brasil – ainda engatinha.

Contudo, é inegável o avanço nessa área, onde as plataformas no-code são protagonistas. Assim, nesse cenário as organizações que investem na adoção de tecnologias sem código para o desenvolvimento de aplicativos encontram diversos benefícios.

Um deles é a economia de recursos na contratação de desenvolvedores experientes. Principalmente porque criar e manter soluções complexas, na maioria das vezes, exige um investimento financeiro alto. Além de levar tempo e representar um custo excedente, dentro de outras prioridades que as instituições demandam.

Por outro lado, é fundamental que haja investimento em tecnologia. Especialmente com a chegada do 5G, cada vez mais os aplicativos serão o meio mais usado de interação. E, consequentemente, um termômetro de avaliação da qualidade do atendimento ao paciente.

Assim, outro benefício bastante claro do uso de plataformas no-code no setor de saúde é a possibilidade de se aproximar dos pacientes e otimizar a experiência desses usuários. Uma vez que os aplicativos permitem o agendamento de consultas, acesso aos registros médicos e localização do local de atendimento mais próximo, por exemplo.

Em alguns casos, os sistemas podem ajudar na orientação ao paciente a partir de uma análise de sintomas. Aliás, esse recurso já está em uso com relação à Covid-19, a partir de um aplicativo disponibilizado pelo Governo Federal.

Dessa forma, desenvolver recursos a partir de no-code permite às instituições de saúde se aproximar do paciente de forma segura e qualificada. Além de se colocar em posição de destaque no mercado, com investimento reduzido e confiabilidade nos processos. Ao mesmo tempo que eleva o desempenho e melhora a qualidade dos serviços.

Gostou de saber mais sobre no-code? Então veja também como aplicar a Realidade Aumentada em benefício do paciente.

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Lucas Almeida

Cofundador e CRO da Nexxto

Trabalho todos os dias para ajudar o setor de saúde a ser mais digital e eficiente, possibilitando que mais pessoas no Brasil tenham acesso a serviços com qualidade e segurança.