Publicado em 23 junho 2020 | Atualizado em 23 junho 2020

A crise sem precedentes do Coronavírus afetou todos os setores da economia mundial. Mesmo sendo um campo chave no combate à pandemia, o setor de saúde não ficou imune ao impacto. A queda da Bolsa de Valores, as mudanças nos hábitos de consumo dos brasileiros em quarentena e as incertezas do mercado fazem com que os investidores e, principalmente, os empresários desse segmento sigam incertos sobre o futuro dos empreendimentos de saúde no Brasil.

Neste artigo, explicaremos como o setor de saúde está inserido na economia brasileira atual e quais os impactos da pandemia para o setor. Dando, é claro, um panorama da situação atual e dicas de como proteger o seu negócio em tempos de instabilidade econômica.

Qual é o papel do setor de saúde na economia brasileira?

O investimento público e privado em saúde no Brasil é um dos grande motores da economia. O segmento também é um dos maiores geradores de emprego e renda no país.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2017 – data da última grande pesquisa – as despesas com saúde no país corresponderam a aproximadamente 9,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Quando se fala em despesas mensais em saúde privada, o brasileiro vai além e investe sozinho, mais que os cofres públicos, conforme mostra abaixo o gráfico do IBGE.

setor de saúde

Já o número de empregos na área da saúde segundo a Agência Brasil, corresponde a 5,1 milhões de pessoas distribuídas direta e indiretamente em instituições públicas e privadas. É importante destacar que essa pesquisa é de janeiro de 2020 e que esse número cresce cada dia mais devido à alta demanda de mão de obra especializada para ajudar na linha de frente do combate ao Coronavírus.

Como o setor de saúde tem se saído na crise?

Mesmo que a pandemia ainda não tenha chego ao seu fim, o Coronavírus já é um dos maiores baques históricos para a economia mundial. No setor da saúde, infelizmente a realidade não é diferente.

Os hospitais e clínicas mesmo cheios por causa da procura durante a crise, perderam receita pela falta de procedimentos eletivos. A mesma realidade é vista em consultórios especializados, que tiveram que fechar as portas durante o período de quarentena.

Na Bolsa de Valores o impacto foi grande, mas algumas empresas do setor da saúde conseguiram crescer mesmo durante o pior momento da queda. Caso, por exemplo, da Dasa, dona de laboratórios como o Delboni e o Lavioisier e do grupo Dimed, que controla a rede de farmácias Panvel.

Qual é a queda projetada para a economia brasileira em 2020?

No âmbito geral, estima-se que o país poderá sofrer os efeitos financeiros dessa crise por mais de 10 anos. As projeções da queda vêm sendo reajustadas semanalmente, de acordo com os novos desdobramentos da pandemia e também com base nas últimas ações econômicas propostas pelo governo.

No cálculo mais atual, divulgado no dia 08 de maio de 2020, o Banco Mundial relatou uma previsão de queda de 8% do PIB brasileiro em 2020. Se assim for, será a maior queda do PIB do país em 120 anos. A título de comparação, a mesma pesquisa aponta que, para a economia global, é previsto um encolhimento de 5,2% neste ano.

Quais as ações econômicas do governo brasileiro para ajudar os empresários na pandemia?

As previsões para a economia e para o PIB brasileiro nos próximos anos é alarmante. Para que a situação não se agrave ainda mais e se transforme em uma crise generalizada, o governo criou algumas medidas para diminuir o impacto das empresas durante e após a crise do Coronavírus. Confira abaixo algumas delas.

Suspensão temporária de contrato e/ou redução de jornada e de salário dos funcionários

Para evitar demissões em massa e até mesmo a quebra das empresas, o governo autorizou a suspensão temporária do contrato dos funcionários pelo prazo de até dois meses e a redução da jornada de trabalho e do salário em 25%, 50% e 70%, por até três meses. Para que os empregados não sofram demais com o impacto desta medida, o governo liberou a eles uma compensação que pode chegar a até 100% do valor do auxílio desemprego durante os meses em que estiver afastado ou com o contrato suspenso.

Linha de crédito para que pequenas e médias empresas paguem os salários dos funcionários

Em caráter emergencial, a linha de crédito (empréstimo às empresas) concederá dinheiro suficiente para arcar com o pagamento dos salários por dois meses, a uma taxa de juros básica de 3,75% ao ano e sem a adição de nenhuma taxa extra de serviço bancário.

Alterações de regras trabalhistas

As novas regras emergenciais permitem, por exemplo, o teletrabalho e a antecipação das férias dos funcionários. Além disso, para não onerar demais o caixa das empresas, o INSS pagará os primeiros 15 dias de afastamento dos funcionários que estiverem com Covid-19.

Parcerias com bancos para oferecer suporte aos empresários

Os maiores bancos do país oferecerão linhas de crédito especiais, prazos estendidos e capital de giro para as empresas.

Como um empresário do setor de saúde pode proteger o seu negócio?

No setor de saúde, existem diversas estratégias de gestão possíveis para que um empresário proteja economicamente seu investimento. Várias delas perpassam o estudo constante do mercado econômico para entender a atmosfera que impacta no empreendimento, mas outras dizem respeito a investimentos diretos em tecnologia e inovações, visando eliminar riscos e consequentes perdas financeiras. Compilamos abaixo algumas estratégias tangíveis para ajudar a ter um empreendimento no setor de saúde com um fluxo de caixa estável e com menos riscos de quebra:

Investimento em uma boa logística hospitalar

A otimização dos processo internos é essencial para qualquer tipo de negócio, mas especialmente para o setor de saúde, ela pode representar milhares de reais economizados todos os dias. O Supply Chain (gestão inteligente de suprimentos) por exemplo, quando aplicado ao setor de saúde, é uma excelente metodologia para evitar prejuízos e otimizar os ganhos através de uma estratégia de gestão mais assertiva.

Gerenciamento e análises de risco

A proteção à vida dos pacientes e à equipe de especialistas de um empreendimento no setor de saúde precisa sempre ser a prioridade. Implementar medidas de segurança, tendo como base uma análise de risco real, é vital para evitar prejuízos financeiros e, principalmente, humanos.

Investimento em tecnologia para gestão farmacêutica, laboratorial e de clínicas médicas

Aumentando e informatizando a segurança dos processos, é possível diminuir – e muito – a gestão de incidentes. Por meio, por exemplo, do monitoramento de temperatura e umidade de ambientes, equipamentos e produtos de saúde. Sendo possível assim mitigar prejuízos por mau armazenamento de insumos e equipamentos essenciais. E prolongando a vida financeira dos estabelecimentos.

Essas são apenas algumas das medidas possíveis para preservar a sua instituição de saúde em tempos de instabilidade na economia brasileira atual.

Este artigo foi produzido numa parceria entre Nexxto e Vexter. Para ler mais conteúdos de investimento e do setor financeiro, acompanhe o blog da Vexter!

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Lucas Almeida

Cofundador e CRO da Nexxto

Trabalho todos os dias para ajudar o setor de saúde a ser mais digital e eficiente, possibilitando que mais pessoas no Brasil tenham acesso a serviços com qualidade e segurança.