Uma infraestrutura de TI bem organizada, ainda que básica, traz impactos positivos para as instituições de saúde. Afinal, uma rede segura e confiável permite às equipes realizar seu trabalho de forma íntegra, garantindo ao paciente o atendimento necessário.
Em tempos onde a tecnologia atinge todos os setores dentro de uma organização, não é possível manter tecnologias de rede obsoletas. Especialmente na saúde, que lida com um volume de dados grandioso, ignorar a necessidade de investimentos em TI pode trazer problemas significativos.
Sobretudo porque a quantidade de dispositivos médicos conectados, entre outras ferramentas essenciais para a otimização de processos, exigem que essa área receba a atenção adequada de acordo com seu grau de importância, que é bastante alto.
Como no setor de saúde a informação é parte do padrão de atendimento, uma rede qualificada deve funcionar 100% do tempo. Dito isto, a infraestrutura de TI básica precisa contar com uma conectividade estável entre os diferentes pontos de acesso, gateways e roteadores.
Porém, na prática o que se vê são conexões lentas ou não confiáveis nos ambientes de saúde. Segundo um artigo publicado no site Xtelligent Healthcare Media, há uma falha em aproximadamente 45% das conexões, Isso significa uma média de dois segundos a mais no tempo de espera para carregar um aplicativo ou acessar um sistema, por exemplo.
Além disso, o uso de smartphones dentro do ambiente hospitalar tem crescido exponencialmente. Isso leva as instituições a lidar com a necessidade de ampliar as redes Wifi e, consequentemente, aumentar a segurança da rede.
E uma vez que dispositivos essenciais ao atendimento de pacientes e provedores dependem desse processo, falhas e lentidão não são aceitáveis. Por isso, a gestão de TI deve estar no topo das prioridades de investimento e conformidade.
Por que é importante gerenciar processos de TI na saúde?
Uma equipe de TI bem estruturada é fundamental, pois esse departamento deve ir além das práticas de manutenção. É ela a responsável por pesquisar e inserir no cotidiano da instituição as melhores práticas, implantando uma cultura de inovação.
Assim, o gerenciamento de processos dentro da infraestrutura de TI também inclui a recomendação de quais os melhores investimentos, para que a alta gestão assuma um compromisso orçamentário.
Enquanto isso, profissionais de saúde, administradores e equipe de tecnologia devem atuar de forma colaborativa para o suporte na linha de frente dos hospitais. Além de aumentar a eficiência operacional, a implementação de recursos tecnológicos e o funcionamento adequado dessa infraestrutura reflete no cuidado com o paciente da seguinte forma:
- menor tempo de espera para atendimento: equipes médicas conseguem melhorar o fluxo de trabalho e evitar que pacientes aguardem mais do que o necessário pelo atendimento;
- facilidade no acesso à informação: com uma infraestrutura de TI organizada, médicos e pacientes podem acessar as informações e ter um controle maior sobre os dados;
- maior controle de infecção: através da TI é possível implementar estações de acoplamento móvel anti-infecção para atender a equipe do hospital que precisa carregar e desinfetar seus telefones celulares;
- economia de recursos e redução de custos: ao investir numa infraestrutura de última geração, é possível economizar com atualizações e correção de falhas constantes, evitando a interrupção dos serviços.
Consequentemente, com um ambiente de TI otimizado, todo o funcionamento clínico, além das áreas administrativas e operacionais, proporciona uma jornada mais segura.
Principais problemas que a infraestrutura de TI pode apresentar
Uma infraestrutura de tecnologia da informação negligenciada pode apresentar uma série de problemas, que no setor de saúde acarretam em consequências bastante indesejadas. Vejamos alguns dos principais:
Desatualização dos servidores
Entre os principais problemas apresentados pela infraestrutura de TI, principalmente no setor de saúde, está a desatualização dos servidores de banco de dados. E, no dia a dia do trabalho, isso é percebido em diferentes setores, através dos seguintes “sintomas”:
- lentidão nos procedimentos;
- interrupções no sistema;
- falta de integração entre as áreas;
- processos simples se tornam complicados;
- ausência no controle de recursos internos e externos;
- falhas na segurança dos dados.
Desvios na segurança dos dados
As falhas na segurança de dados estão entre os principais problemas de uma infraestrutura de TI defasada. Na saúde, esse é um fator que merece total atenção, uma vez que o setor lida com um grande volume de dados sensíveis. Sobretudo por conta da LGPD, que já está em vigor e impacta diretamente as instituições de saúde.
À medida que a segurança de dados deve estar estruturada em três pilares – disponibilidade, integridade e confidencialidade – é imprescindível que o funcionamento básico seja pautado em sistemas atualizados.
A falta de uma gestão adequada que dê lugar a softwares e hardwares desatualizados, e que não implemente uma cultura de backup, abre brechas para acessos não autorizados e uso indevido de informações.
Falta de integração entre sistemas
Uma infraestrutura de TI que não permita a integração de sistemas é um grande problema para as instituições de saúde. Isso dificulta o acesso aos dados, além de tornar mais burocráticos uma série de processos.
Numa época onde a interoperabilidade de dados se torna essencial, a falta de integração vai para o lado oposto ao da inovação e da eficiência.
Equipes de TI reduzidas
Infelizmente, um problema comum em infraestrutura de TI está relacionado com falta de profissionais especialistas para atender a alta demanda do setor de saúde.
Equipes reduzidas enfrentam desafios técnicos, desde de lidar com a complexidade da rede, até se adequar a orçamentos baixos, muito aquém da necessidade que o trabalho impõe. Como consequência, há uma diminuição da produtividade e da qualidade dos resultados.
Como garantir o funcionamento básico da infraestrutura de TI?
O tempo de inatividade resultante de problemas técnicos pode afetar as instalações hospitalares e comprometer não apenas os dados do paciente como interromper o atendimento e a atualização dos registros médicos.
Portanto, manter um nível de investimentos adequado é o primeiro passo para que a infraestrutura de TI seja mantida, ainda que de forma básica. Para isso, a equipe deve estar sempre engajada na elaboração de projetos de atualização, em consonância com os gestores.
E uma vez que o setor de saúde se torna cada vez mais dependente da tecnologia e da conectividade, listamos quatro maneiras de manter um funcionamento básico da infraestrutura da rede hospitalar:
1. Diretrizes de privacidade e segurança
Adotar padrões de segurança de rede é essencial. Para isso, o desenvolvimento de diretrizes de privacidade pode ser necessário. Isso ajuda a manter os níveis de segurança elevados, evitando interrupções da rede.
2. Backup e recuperação de desastres
Os sistemas de backup e o Disaster Recovery (plano de recuperação de desastres) também auxiliarão no funcionamento de toda a infraestrutura, sobretudo evitando perda de dados e diminuindo o tempo de restabilização da rede.
3. Manutenção e atualização regular
Manutenções e atualizações regulares também auxiliam no pleno funcionamento. Dentro dessa tarefa, o monitoramento de dispositivos pode ajudar a identificar erros e falhas na rede, permitindo uma rápida correção.
4. Serviços e soluções terceirizadas
Uma outra solução que pode (e deve) ser incorporada é o investimento em outsourcing, que já é tendência no mercado de tecnologia. Com a terceirização de alguns serviços, empresas especializadas podem trazer vantagens financeiras e, principalmente, técnicas.
Além disso, o outsourcing pode suprir os processos que exijam o monitoramento de ativos em tempo integral, fazendo com que a equipe interna possa se dedicar a outras tarefas e projetos de melhoria.
O protagonismo da infraestrutura de rede hospitalar no cenário da pandemia
Com o aumento da demanda de serviços digitais em saúde a partir da pandemia de Covid-19, manter uma boa infraestrutura de rede nos hospitais tornou-se, ao mesmo tempo, essencial e desafiador.
Desde os atendimentos de telemedicina até o agendamento online, a operação da rede num regime 24×7 precisa atender o aumento da demanda. Em contrapartida, a escassez da cadeia de suprimentos, que elevou significativamente os custos, fez com que a expansão desse setor se tornasse ainda mais difícil.
O fato é que mesmo uma infraestrutura de TI básica exige dedicação e investimento. Ao passo que essa é uma área vital para as instituições de saúde, não há espaço para negligência por parte de gestores e investidores.
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