Publicado em 16 março 2021 | Atualizado em 15 março 2021

O uso de protocolos clínicos em instituições de saúde permite uma padronização do atendimento. Dessa forma, torna-se mais fácil manter uma excelência no atendimento ao paciente, indiferente de qual profissional o atenda.

A adoção da padronização do atendimento também permite mais agilidade em diagnósticos, redução de custos e mais assertividade em tratamentos. Porém, sua elaboração requer conhecimento, dedicação e união de uma equipe multidisciplinar da área de saúde. Mas, assim que concluído, possibilita que várias etapas de atendimento possam ser realizadas de forma mais ágil.

A adoção de protocolos clínicos permite ainda à instituição de saúde que o atendimento aos pacientes seja feito de forma uniforme, sem distinções. E nos dias atuais, isso é essencial para quem deseja manter a qualidade e boa reputação da empresa de saúde.

O que são protocolos clínicos?

Os protocolos clínicos são uma coleção de procedimentos — de atendimento e medicação — que foram pré-aprovados por médicos para o atendimento ao paciente. Eles vêm em várias formas e são criados por organizações de saúde sob a orientação de médicos para que toda a equipe possa cuidar do paciente sem intervenção médica adicional.

O uso de protocolos permite que a triagem de pacientes, por exemplo, possa ser feita até mesmo por telefone. São, ainda, uma ferramenta importante para gerenciar o atendimento geral ao paciente, reduzindo a carga de trabalho dos médicos e a variação no atendimento prestado.

Normalmente, essas instruções são escritas para condições que podem ser diagnosticadas com algumas perguntas simples feitas por uma enfermeira e facilmente respondidas por um paciente.

Criar essas diretrizes com base na literatura é difícil. São necessários vários médicos e uma equipe multidisciplinar dedicada para produzi-los os mais seguros possíveis. Mesmo assim, são necessárias várias rodadas de revisão e atualizações periódicas.

Quais os passos para sua elaboração?

O atendimento médico jamais deve se basear apenas na intuição do profissional, que adotará qualquer tratamento, sem saber ao certo se irá funcionar ou não. Em geral, a medicina deve se basear em evidências e, nesse sentido, os protocolos clínicos têm a função de orientar o profissional no tratamento adequado.

Para isso, essa padronização de informação deve estar embasada em estudos clínicos, medicamentos que indicaram resultado positivo no combate a doenças, dosagens e efeitos colaterais esperados.

Sendo assim, para definir o escopo básico de elaboração do documento alguns passos devem ser seguidos, como:

1. Identificar

Primeiro, identifique uma necessidade de padronização por protocolo. Isso pode ser feito por médicos, enfermeiros, e outros profissionais da área da saúde. Por exemplo, os avanços tecnológicos no monitoramento remoto das condições de saúde podem exigir novos padrões para refletir a nova realidade.

Uma vez que uma necessidade é identificada, uma proposta de projeto para criar um novo protocolo clínico, ou para atualizar um existente, é apresentada.

2. Comitê

Os protocolos são criados ou revisados ​​por especialistas na área relevante. Eles incluem pesquisadores, médicos, enfermagem, entre outros profissionais, que formam um comitê técnico.

3. Estudo

O comitê técnico conduz pesquisas preliminares e cria um esboço do padrão novo ou revisado. Muito desse trabalho inicial pode ser feito remotamente. Importante consultar as mais variadas pesquisas e artigos médicos para embasar o novo protocolo clínico.

4. Consenso

Uma vez que o rascunho é escrito, os membros do comitê técnico se reúnem formalmente para aprovar um rascunho para revisão pública. Este consenso é necessário para progredir mais e eventualmente tornar o protocolo mais claro, prático e assertivo.

5. Revisão Pública

A próxima etapa é apresentar o padrão novo ou revisado para análise pública. Qualquer pessoa é bem-vinda para fornecer feedback para melhorar sua qualidade e garantir que os padrões cubram todas as áreas e perspectivas relevantes.

6. Aprovação

Após revisão pública, a norma volta ao comitê técnico para fazer as alterações que julgar necessárias com base no feedback recebido. O comitê então vota a versão final.

7. Publique

Depois que o protocolo clínico é finalizado, ele recebe a aprovação final do comitê técnico, e é lançado oficialmente. Todos os membros da instituição de saúde passam a incorporá-lo em sua prática.

Exemplos de protocolos

Ao elaborar o protocolo clínico, a recomendação é que seja desenhado um fluxograma de atendimento. Isso permite identificar mais rapidamente quais decisões precisam ser tomadas, agilizando o atendimento.

Um exemplo de protocolo clínico para unidades que tenham pronto-socorro é relacionado ao vômito. Quando o paciente dá entrada com esse sintoma, o primeiro passo é a avaliação inicial. Conforme os sinais de alerta, ele pode ser encaminhado imediatamente para avaliação médica, ou então ficar em observação.

Nessa avaliação é possível identificar quais as queixas do paciente e observado seu estado de saúde geral e sua condição. É avaliado ainda idade, peso, temperatura, tempo de evolução.

Questões como quadro agudo ou crônico também são chegadas, com o objetivo de identificar, número de vezes, aspecto, associação com diarreia ou pós-traumatismo craniano, relação com alimentação, pesquisar: diabetes, alcoolismo, gravidez, dor abdominal.

Entre os sinais de alerta estão perda de peso, febre acima de 38ºC, desidratação, vômito em jato, conteúdo gástrico sanguinolento, bilioso ou borra de café, e se há distensão abdominal.

Em caso positivo às questões acima, ele é encaminhado ao médico. Caso contrário, recebe orientação da enfermagem para que, caso apresente sintomas associados, volte à unidade de saúde.

Ao seguir o protocolo, os profissionais já sabem como conduzir o atendimento, quais pontos precisam ser observados, e em que momento encaminhar ao médico.

Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas

Além dos protocolos clínicos que podem ser adotados pelas instituições hospitalares para a padronização de atendimentos, há também os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) elaborados pelo Ministério da Saúde.

Os PCDTs são documentos que têm como objetivo garantir melhor cuidado à saúde do paciente. Esses documentos são elaborados para as mais variadas doenças, criando protocolos de atendimento-padrão.

Como mencionado, os PCDTs são feitos individualmente para cada tipo de doença, e fornecem informações e dados seguros de como se proceder quanto ao diagnóstico, tratamento, controle e acompanhamento dos pacientes.

Contam ainda com informações que permitem a caracterização da patologia, e quais os critérios para inclusão ou exclusão do paciente do protocolo. Indica ainda quais exames complementares podem ser necessários, o que observar em cada um deles, quais medicamentos devem ser prescritos, tempo e forma de administração. Por fim, trazem até os benefícios esperados e como deve ser o acompanhamento dos pacientes.

São sempre elaborados por equipes técnicas do Ministério da Saúde, e baseados em dados confiáveis e com qualidade científica. Isso permite nortear a equipe no atendimento médico, além de também embasar os protocolos clínicos criados internamente nas instituições.

Os desafios da utilização de protocolos clínicos

A adoção de protocolos clínicos não visa apenas a redução de custos, mas antes de tudo, a garantia de resultados confiáveis ​​e de alta qualidade. Isso o torna uma questão fundamental para instituições, médicos e demais pessoas envolvidas no processo de atendimento aos pacientes.

Percursos clínicos padronizados podem tornar a qualidade do atendimento mais mensurável e reproduzível. Isso contribui para o apoio às decisões de tratamento mais consistentes e confiáveis.

Porém, para que os projetos de protocolos tenham sucesso, os gestores da área de saúde devem abordar ativamente as preocupações da equipe clínica e dos pacientes, persuadir todas as partes envolvidas e motivá-los a participar.

Normas e diretrizes baseadas em evidências podem fornecer suporte aos médicos na tomada de decisões complexas, ajudá-los a evitar erros médicos e omissões, além de ajudar a garantir que todos os pacientes recebam um tratamento de alta qualidade consistente.

Os protocolos clínicos também devem ser submetidos a revisões empíricas regulares e adaptadas às descobertas atuais. Regras baseadas exclusivamente na tradição ou consenso pragmático podem colocar em risco a qualidade do atendimento.

Portanto, a adoção de protocolos clínicos é essencial para qualquer instituição que queira garantir melhor qualidade e segurança de atendimento.

E para ampliar seu conhecimento no tema, confira o artigo que preparamos com os seis protocolos do Programa Nacional de Segurança do Paciente.

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Redação Nexxto

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