Publicado em 9 fevereiro 2021 | Atualizado em 8 fevereiro 2021

O processo de faturamento hospitalar é de suma importância e deve receber a devida atenção, uma vez que as instituições de saúde, de modo geral, nada mais são do que empresas. E como tal, dependem de uma receita para cobrir os custos, que são muitos.

No entanto, ainda é difícil para alguns gestores ter essa visão mercadológica, que cada vez mais se faz necessária. Sobretudo diante do atual cenário econômico, em que o aumento dos custos em saúde foi potencializado pela crise sanitária desencadeada pela pandemia.

De acordo com o relatório MMB Health Trends, da consultoria de saúde Mercer Marsh Benefícios, 54% das operadoras de planos de saúde na América Latina projetam um aumento no custo médico e hospitalar. Elas estimam uma inflação de 13,4%, impulsionada pelo crescimento da demanda de diagnósticos e tratamentos da Covid-19.

Ou seja, se esse custo é repassado ao paciente, obviamente as empresas de saúde também possuem uma conta mais alta a pagar. Portanto, aumentar a eficiência do faturamento hospitalar, ao mesmo tempo que se torna um desafio ainda maior, também é crucial para uma gestão financeira mais organizada.

Para entender como se dá esse processo e de que forma otimizá-lo, preparamos algumas dicas que você confere a seguir.

O que é faturamento hospitalar?

O faturamento hospitalar é um processo complexo. Afinal, ele envolve diferentes agentes e reflete em todo o funcionamento da instituição. E quando esse processo apresenta falhas, pode comprometer diretamente a execução dos serviços, uma vez que as finanças impactam toda a operação.

Por ser vital para os negócios, o faturamento no âmbito hospitalar envolve diversos departamentos, sejam eles administrativos ou finalísticos.

Na prática, é o setor responsável pelas contas, que comprovam o uso dos recursos ofertados na prestação de serviços aos pacientes e que são enviados para as operadoras de plano de saúde. Ao receber a documentação e analisá-la, a operadora efetua o pagamento ou nega, gerando uma glosa médica.

É no faturamento hospitalar que são emitidos os seguintes documentos:

  • boletos;
  • faturas de cobrança;
  • notas fiscais de prestação de serviço;
  • relatórios de controle de faturas emitidas e pendentes.

No que tange às atividades administrativas, essa área abrange não só documentos financeiros, mas também clínicos. Desse modo, o setor responsável deve atuar como elo entre os pagadores e a equipe de atendimento.

Quando se inicia o processo de faturamento hospitalar?

O faturamento hospitalar tem início assim que o paciente agenda uma consulta ou procedimento e é registrado no sistema, onde são obtidas as informações necessárias. Quanto mais precisos e corretos forem os dados, mais eficiente se torna o processo.

Geralmente, cabe à equipe de serviços financeiros garantir que o paciente preencha corretamente os formulários assim que dá entrada no hospital. Mas isso também pode ocorrer na saída, desde que todas as informações sejam devidamente confirmadas.

No caso de pagamentos através de plano de saúde onde há coparticipação, a cobrança deve ser feita enquanto o paciente estiver no hospital. Inclusive, confirmar de quem é a responsabilidade financeira é parte do faturamento hospitalar.

Essa ação é imprescindível para garantir que há cobertura dos serviços e solicitar a autorização prévia quando necessário.

Como tornar o faturamento hospitalar mais eficiente?

Seja qual for a área, a eficiência deve ser encarada como princípio básico. Especialmente no setor de saúde, que envolve uma série de atividades e processos críticos, essa premissa se faz ainda mais necessária.

Nesse sentido, deve-se buscar maneiras de tornar o faturamento hospitalar sempre mais eficiente, promovendo uma cultura de melhoria contínua. Aliás, esses são princípios de toda instituição que tem seu foco na gestão da qualidade.

Partindo desse ponto, é possível que o faturamento hospitalar se torne um processo menos desafiador. Para isso, deve ser implementado ou aprimorado através de práticas eficazes. Como resultado, obtêm-se um aumento da receita em conjunto com operações mais simplificadas, que aumentam a satisfação do paciente.

Veja a seguir algumas formas de tornar o processo de faturamento mais eficiente e assertivo:

Faça uso de indicadores

Os indicadores de desempenho podem auxiliar diretamente no faturamento hospitalar. Por exemplo, ao calcular o ROI (retorno sobre investimento), é possível mensurar a eficiência dos custos. Com esse indicador, é possível obter o ROI geral ou de acordo com as áreas de interesse, como convênios, médicos ou setores hospitalares (ambulatório, cirúrgico etc).

Além disso, o cálculo de ROE, que é o retorno sobre patrimônio líquido, também é útil para medir a rentabilidade do empreendimento. Aqui, o cálculo é feito com base nos recursos dos investidores e do próprio hospital. A fórmula é simples: ROE = lucro líquido ÷ patrimônio líquido.

Outro indicador capaz de entregar dados que auxiliem no faturamento hospitalar é o EBITDA. Através dele é possível mensurar o quanto de recursos são gerados a partir das atividades operacionais, descontados os impostos e outros fatores externos.

De modo objetivo, esse indicador serve para medir quanto de receita a instituição é capaz de gerar num certo período e comparar com seus concorrentes, demonstrando seu grau de competitividade no mercado.

Monte um plano de contingência

O plano de contingência é uma ferramenta útil para tornar o faturamento hospitalar mais eficiente. Sobretudo em momentos de crise, as perdas financeiras precisam de respostas imediatas. E cabe ao setor de faturamento estar preparado para manter o controle nessas situações.

Portanto, para assegurar a rapidez e a eficiência contínua desse processo, faça um levantamento dos cenários críticos potenciais que podem impactar no faturamento hospitalar. Para isso, é necessário dialogar com equipes e responsáveis por outros departamentos, a fim de descrever cada possível situação precária e, a partir disso, montar o plano de contingência para cada uma.

Automatize os processos

Quando o assunto é otimizar processos, claro que a tecnologia não ficaria de fora. Principalmente em relação ao faturamento hospitalar, que lida diretamente com dados e cruzamento de informações, a automatização é uma estratégia essencial, e que deve ser implementada em todos os setores.

Como exemplo de ferramentas automatizadas que auxiliam o faturamento, estão os prontuários eletrônicos. Além de eliminar gastos com material e dispensar o uso de espaço físico para guardar documentos impressos, essa solução agiliza o atendimento e garante informações mais seguras.

Do mesmo modo, os laudos podem ser todos digitalizados e armazenados em nuvem, com acesso facilitado em diversos setores, incluindo o de faturamento.

Para completar, os sistemas de gestão ERP são atualmente a maneira mais eficiente de automatizar de uma única vez diversos processos. Isso porque integram várias áreas e fornecem as informações necessárias para diversas finalidades, incluindo o setor financeiro.

Relação com o paciente: como ela contribui com o faturamento hospitalar?

Considerar a relação e a comunicação com o paciente é primordial para a eficiência do faturamento. Sobretudo porque o atendimento em saúde deve carregar a premissa da humanização e isso passa, inclusive, pelo pagamento das contas.

Uma das formas de melhorar esse relacionamento é detalhando e explicando claramente o que foi faturado.

Sabemos que a saúde é cara, e quando a cobertura de atendimento público não dá conta, a instituição fica à mercê das operadoras e do paciente bom pagador. No entanto, se este se sentir prejudicado, poderá mover ações jurídicas que atrapalharão o processo.

Conforme aponta o guia da consultoria norte-americana Resolve, cerca de 13% de todos os custos médicos faturados estão incorretos. Uma outra estimativa aponta que 70% das contas hospitalares contém algum erro.

Além de depor contra o hospital, essa demonstração de ineficiência prejudica o paciente e pode levar ao aumento das glosas. Ou seja, o ciclo de falhas acaba retornando negativamente para a instituição, e por isso o faturamento hospitalar deve ser feito com minúcia, demonstrando a qualidade dos serviços hospitalares de uma ponta a outra.

Gostou do conteúdo? Aproveite e leia também: Glosa médica e hospitalar: qual impacto financeiro e como evitá-las.

h

Redação Nexxto

Time de Marketing

O time de Marketing da Nexxto é responsável por sempre trazer os melhores conteúdos do setor de saúde para você.