Publicado em 27 agosto 2020 | Atualizado em 27 agosto 2020

O termo hospital conectado é uma visão de futuro da saúde, que tem como objetivo principal melhorar a qualidade de atendimento aos pacientes por meio da tecnologia. Para isso, diversos sistemas, equipamentos e ações são interligadas, contribuindo para a agilidade e a assertividade dos tratamentos.

Com cada vez mais dispositivos médicos interligados, em especial com o avanço da tecnologia sem fio, da possibilidade de armazenamento de dados na nuvem, e o uso da Inteligência Artificial (AI), um hospital conectado acaba se tornando referência. E em termos de atendimento ao paciente, o uso de registros médicos eletrônicos (EMR) e os registros eletrônicos de saúde (EHR) são inovações que vieram para ficar.

Além disso, a Internet das Coisas Médicas (IoMT) vem ganhando mais espaço dentro dos hospitais, permitindo que a tecnologia possa ser adotada diretamente para salvar vidas. Por exemplo, no hospital conectado, os enfermeiros podem monitorar muitos pacientes remotamente de uma estação principal, onde recebem alertas e observar os dados capturados a cada segundo sobre a saúde dos pacientes.

Em segundo lugar, os médicos podem tomar decisões mais precisas com informações rápidas e atualizadas do paciente, levando a melhores resultados. Os pacientes e suas famílias podem se sentir seguros, sabendo que sempre receberão a dosagem correta do medicamento certo, e os melhores cuidados da equipe médica.

Mas o que é um hospital conectado?

Visitar alguns hospitais atualmente pode fazer você se sentir como se estivesse em um filme de ficção científica. Braços robóticos em salas de operações, camas com sensores de rastreamento e salas cognitivas com a plataforma que usam a inteligência artificial são alguns dos exemplos.

De acordo com um estudo da Aruba Networks descobriu que o setor de saúde é o terceiro mais avançado na implementação da Internet das Coisas (IoT). Mas, o estudo estima que 60% das organizações de saúde em todo o mundo introduziram dispositivos de IoT em suas instalações. Esses dispositivos inteligentes são comumente usados ​​para monitores de pacientes, medidores de energia, raios-X e dispositivos de imagem.

Os hospitais estão cada vez mais adaptando a conectividade para melhorar a qualidade dos cuidados e melhorar sua produtividade. E um dos principais fatores por trás dessa crescente adoção de dispositivos de conectividade e IoT é simplesmente o envelhecimento da população em todo o mundo.

Um estudo da Organização das Nações Unidas mostra que a população mundial acima de 60 anos mais que dobrou desde 1980, ultrapassando agora um bilhão de pessoas. O mesmo estudo também prevê que, até 2050, o mundo terá mais pessoas com idades acima de 60 anos do que adolescentes e jovens entre 10 e 24 anos.

Resposta mais rápida

Com esse envelhecimento da população, surge uma demanda crescente por acesso de qualidade à assistência médica e monitoramento remoto de pacientes. As atuais taxas de enfermeiro/paciente já são muito exigentes e o crescimento da população apenas tornará essa lacuna ainda maior.

Através da tecnologia sem fio, os processos podem ser simplificados, permitindo que cada enfermeiro monitore e cuide de um número maior de pacientes com melhor acesso a dados de qualidade.

Cada paciente de um hospital possui, em média, de 3 a 6 dispositivos de monitoramento conectados a eles enquanto estiver no hospital. Supondo que uma enfermeira leve aproximadamente 5-15 minutos para visitar cada paciente e verificar todos os sinais vitais, poderá visitar 4-12 pacientes por hora.

Em um hospital conectado, a interoperacionalidade de dispositivos médicos resolve esse problema enviando automaticamente dados dos dispositivos para o EHR. Além disso, resulta em economia de tempo da enfermagem, aumentando a produtividade e, finalmente, permitindo um melhor atendimento ao paciente.

A importância de dispositivos IoT para o futuro da saúde

Embora a tecnologia não possa impedir a população de envelhecer ou erradicar doenças crônicas de uma só vez, ela pode pelo menos facilitar a assistência médica em termos de acessibilidade.

Com o uso da tecnologia em um hospital conectado, é possível agilizar o diagnóstico e iniciar tratamentos mais rapidamente. De modo geral, isso reduz a necessidade de internação hospitalar e garante maior qualidade ao atendimento ao paciente.

O número crescente de vários dispositivos médicos conectados transforma a maneira como os serviços de saúde são prestados. A telemedicina e a telessaúde tornaram a assistência mais dinâmica e centrada no paciente. À medida que o número de dispositivos médicos conectados aumenta, cresce também a quantidade de dados que eles geram.

As redes e dispositivos de assistência médica estão se tornando mais inteligentes e complexos e exigem tecnologias de conectividade eficientes, convenientes e seguras.

Os dispositivos médicos usados ​​para várias aplicações de assistência médica podem ser subdivididos em 3 grupos principais:

Dispositivos externos vestíveis

Geralmente, esses biossensores monitoram dados fisiológicos com comunicação remota sem fio, que podem ser usados ​​para telemedicina e monitoramento hospitalar. Por exemplo, esses dispositivos monitoram a pressão arterial, eletrocardiograma, temperatura, glicose contínua, nível de oxigênio, entre outros.

Dispositivos médicos implantados

Os dispositivos implantados substituem uma estrutura biológica ausente ou suportam uma estrutura biológica danificada, ou ainda aprimoram uma estrutura biológica existente. Essa categoria inclui bombas de infusão implantáveis ​​e outros dispositivos de administração de medicamentos, marcapassos cardíacos, sistemas de neuroestimuladores implantáveis, monitores de glicose, entre outros.

Dispositivos médicos

Existe uma ampla variedade de equipamentos médicos estacionários, que podem ser utilizados para diversas aplicações. Por exemplo, em operações clínicas (dispositivos cirúrgicos) e imagens conectadas (aparelhos de raio X e ressonância magnética). Podem ser usados ainda em exames laboratoriais, monitoramento de pacientes, administração de medicamentos, etc.

Benefícios da Internet das Coisas na área da saúde

A mudança e o uso da tecnologia da assistência médica vem tornando cada vez mais esse setor menos dependente de seres humanos. E também menos suscetível a erros humanos. As principais vantagens da Internet das Coisas das quais os de saúde podem se beneficiar são:

Custos mais baixos

O uso de soluções IoT e dispositivos médicos conectados permite que os profissionais de saúde monitorem os pacientes em tempo real. Isso significa menos visitas desnecessárias ao médico e menos internações, graças à coleta e gerenciamento de dados eficientes.

Melhor experiência do paciente

Por estarem conectados ao sistema de saúde pela Internet, os pacientes ficam mais envolvidos com o tratamento e os médicos melhoram a precisão do diagnóstico, pois possuem todos os dados necessários do paciente.

Melhor gerenciamento de medicamentos

Por outro lado, as soluções de IoT permitem que a equipe do hospital gaste menos tempo pesquisando medicamentos e acompanhando as práticas de higiene nos hospitais, prevenindo infecções hospitalares. As soluções de monitoramento da IoT para assistência médica ajudam os pacientes e médicos para rastrear a conformidade com as prescrições.

Erros e desperdício reduzidos

Por exemplo, usar a IoT para coleta de dados e automação do fluxo de trabalho é uma excelente maneira de reduzir o desperdício. É excelente também para reduzir os custos do sistema e minimizar os erros (especialmente os relacionados ao fator humano).

Resultados melhorados do tratamento

As soluções de assistência médica em um hospital conectado por meio da computação em nuvem e que usam big data podem fornecer aos profissionais de saúde a capacidade de acessar dados em tempo real. Isso permite que tais informações possam ser usadas ​​para tomar decisões informadas e fornecer tratamentos baseados em evidências.

O que esperar do futuro da saúde

Em conclusão, foi possível observar que o futuro da saúde está diretamente ligado ao hospital conectado e ao uso da IoT e da IA no dia a dia. Ou seja, o futuro da assistência médica está se formando diante de nossos olhos com os avanços nas tecnologias digitais de assistência médica. Isso inclui a inteligência artificial, realidade aumentada impressão 3D, robótica e nanotecnologia.

O futuro da saúde está em trabalhar de mãos dadas com a tecnologia e os profissionais precisam adotar as tecnologias para se manterem relevantes nos próximos anos.

Da mesma forma, os hospitais precisam de interoperabilidade — meios eficientes, porém seguros — para sistemas de TI e aplicativos de software se comunicarem e trocarem dados de pacientes.

Por outro lado, diferentes sistemas de prontuário eletrônico devem ter a capacidade de trocar informações entre provedores. Isso permite oferecer melhores fluxos de trabalho, maior clareza e melhor atendimento ao paciente.

Portanto, a interoperabilidade oferece a oportunidade para uma melhor coordenação de assistência e menores custos para um hospital conectado. Dessa maneira, fica claro que além de toda a tecnologia e inovação que vem surgindo na área da saúde, sem essa comunicação entre todas as partes e equipamentos, ela de nada valerá.

Dessa forma, ao imaginar um hospital conectado, esperamos para o futuro da saúde um dinamismo maior no atendimento ao paciente, diagnósticos e tratamentos mais rápidos. Como resultado do uso dessa tecnologia, acredita-se que haverá uma maior longevidade da população.

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Lucas Almeida

Cofundador e CRO da Nexxto

Trabalho todos os dias para ajudar o setor de saúde a ser mais digital e eficiente, possibilitando que mais pessoas no Brasil tenham acesso a serviços com qualidade e segurança.