Publicado em 20 outubro 2020 | Atualizado em 5 outubro 2020

A transformação digital nas instituições de saúde já não é mais “coisa do futuro”. Especialmente por conta do uso cada vez mais frequente de dispositivos e sistemas baseados em IoT. Por meio dessa tecnologia, é possível melhorar processos que garantem mais eficiência na gestão e segurança ao paciente.

Principalmente com a chegada do 5G, a Internet das Coisas ocupará cada vez mais espaço. E assim, o impacto no setor de saúde, que já é positivo, será ainda mais revolucionário.

Prova disso é a quantidade de empresas que entraram para o mercado de healthtech nos últimos anos. Um exemplo é a edição de 2020 do CES Digital Health Summit, com a presença de milhares de expositores e startups mostrando ao mundo uma quantidade expressiva de novas tecnologias.

São elas as responsáveis por tantas soluções inovadoras, que criam valor para as instituições. Sobretudo por conta das possibilidades ilimitadas na área de saúde e bem-estar que se unem à rápida evolução da robótica, da Inteligência Artificial e da IoT.

Como a Internet das Coisas beneficia as instituições de saúde?

Organizações preocupadas em manter um alto nível de qualidade encontram na IoT ferramentas que contribuem para a obtenção de certificações ISO, por exemplo. Contudo, adotar soluções baseadas em IoT não se trata apenas de buscar destaque no mercado.

Principalmente entre as instituições de saúde hospitalares, os benefícios trazidos por essa tecnologia ultrapassam a esfera da gestão e chegam diretamente no paciente. Seja na área clínica, na farmácia hospitalar ou mesmo na cadeia de suprimentos.

Do mesmo modo, a Internet das Coisas está presente em muitas etapas dos processos não apenas dentro um hospital. Mas também em clínicas de vacinas, bancos de sangue e consultórios médicos.

Como exemplo, podemos citar o uso de dispositivos que permitem ao médico acompanhar parâmetros de saúde de pacientes à distância. Em tempos de pandemia, onde a telemedicina tem sido altamente recomendada, a presença dessa tecnologia se torna fundamental.

Outra demonstração de que a IoT já é uma realidade – e uma necessidade – é o projeto-piloto aprovado em 2019 pelo BNDS. A solução consiste em um sistema de monitoramento da quantidade de oxigênio ministrada a pacientes com enfisema pulmonar.

O testes estão sendo realizados em ambientes reais e contam com a participação de mil voluntários internados em hospitais ou em tratamento domiciliar. Assim, todas as informações são capturadas, digitalizadas e transmitidas para uma base de dados, ficando disponíveis aos profissionais de saúde envolvidos.

Quanto à otimização de tarefas e melhoria de processos, a Internet das Coisas torna o trabalho de toda a equipe mais ágil e seguro. Especialmente em áreas críticas, como controle de temperatura de termolábeis e rastreabilidade. Nesses processos, sistemas e sensores permitem o monitoramento de insumos em tempo real. Tudo através de tecnologia baseada em IoT.

IoT na prática: onde o setor de saúde já aplica essa tecnologia?

Dentro do conceito de Internet das Coisas, está a Internet das Coisas Médicas (IoMT), que amplia as aplicações da tecnologia para o setor de saúde. Portanto, diferente do que era há alguns poucos anos, hoje a IoT está verdadeiramente presente nas instituições de saúde e pode ser vista – e vestida – na prática.

Mas afinal, qual é o mecanismo de funcionamento dos sistemas e dispositivos de IoT na saúde? Veja abaixo um fluxo de processo com essa tecnologia:

  • Os dados são coletados através de um sensor;
  • O dispositivo analisa esses dados através de algoritmos baseados em IA;
  • Por conta da presença de inteligência artificial, o dispositivo pode realizar uma ação ou simplesmente enviar as informações para a nuvem;
  • Profissionais de saúde podem tomar decisões com base nos dados fornecidos pelo dispositivo IoT.

A seguir, mostraremos alguns sistemas e soluções que já são realidade no cotidiano de de hospitais, clínicas e na vida dos pacientes.

Checagem Beira Leito

A partir de um sistema totalmente informatizado, a checagem beira leito consiste em dispor de informações e dados coletados e registrados eletronicamente. Assim, todos os registros médicos podem ser acessados remotamente, por meio de dispositivos eletrônicos como tablets, smartphones, leitores de código de barra ou computadores.

Através do prontuário eletrônico, a atualização ocorre de forma automática, dando acesso rápido às informações. Isso proporciona à equipe de enfermagem, por exemplo, realizar tarefas mais ágeis em menor tempo.

Diversas instituições de saúde, no Brasil e no mundo, já utilizam essa tecnologia. Como por exemplo, o Hospital de Clínicas de Passo Fundo/RS e o Hospital Santa Marta, em Brasília/DF.

RTLS

O rastreamento em tempo real, ou RTLS, é um dos processos onde a IoT é essencial para o bom gerenciamento de suprimentos nas instituições de saúde.
Com essa tecnologia, que utiliza pequenos sensores sem fio, é possível acompanhar a utilização de um equipamento, ou mesmo o deslocamento dos profissionais dentro do hospital.

Além disso, o RTLS auxilia o atendimento de emergência, com o controle da movimentação de leitos, e também a localização de pacientes. Para isso, são utilizados pequenos dispositivos, como pulseiras, crachás (para os colaboradores), entre outros.

Monitoramento de temperatura

Geladeiras de vacina, armazenamento de bolsas de sangue, medicamentos termolábeis. Todos esses insumos de saúde dependem do controle rigoroso da cadeia do frio. Para isso, o uso de sensores sem fio que realizam o monitoramento de temperatura e umidade em tempo real já são o principal investimento de muitas instituições de saúde.

Um bom exemplo é o Banco de sangue de São José dos Campos, que fez um upgrade nas operações investindo numa solução IoT para controle de temperatura de hemocomponentes. Essa é mais uma prova do quanto a presença da Internet das Coisas é necessária nesse setor.

Dispositivos vestíveis

Os dispositivos vestíveis (também conhecidos como wearables) talvez sejam o tipo mais comum e acessível de tecnologia baseada em IoT. Isso porque, além de servir para cuidados médicos e de saúde, alguns deles já fazem parte da rotina de muitas pessoas.

Um exemplo são os smartwatches, aqueles relógios inteligentes que muitos usam para a prática de exercícios físicos, mas com os quais também é possível acessar mensagens e dados conectados ao smartphone.

Assim como a facilidade de comunicação, o que os dispositivos vestíveis proporcionam, em termos de tecnologia para a saúde, é de grande importância, dentro e fora dos hospitais.

Nesse sentido, monitorar as atividades e os sinais vitais de pacientes remotamente, permite ao médico um controle absoluto da situação. Além da agilidade na tomada de decisão diante de uma situação emergencial.

Segundo especialistas, o mercado de tecnologia vestível, que já é robusto, poderá alcançar a marca de US$ 74 bilhões em 2025.

E apesar dos números apontarem para o futuro, quando se trata de tecnologia nenhum “amanhã” é suficientemente distante. Toda a revolução que a IoT vem causando, em diversos setores, faz parte de um novo mundo, onde hospitais conectados são, além de uma novidade, quase uma obrigação.

Se você quer saber mais sobre Internet das Coisas, aproveite e confira quais os segredos para o sucesso de projetos de IoT no setor de saúde.

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Lucas Almeida

Cofundador e CRO da Nexxto

Trabalho todos os dias para ajudar o setor de saúde a ser mais digital e eficiente, possibilitando que mais pessoas no Brasil tenham acesso a serviços com qualidade e segurança.