Publicado em 14 novembro 2019 | Atualizado em 22 junho 2021

Todos os remédios utilizados pelos serviços de saúde necessitam de cuidados bastante específicos e passam por processos de monitoramento que dependem de uma gestão eficiente. Um desses processos é a rastreabilidade de medicamentos na farmácia hospitalar: identificação e controle feitos pelo hospital, a partir do recebimento até a dispensação e administração do produto ao paciente.

Pode parecer absurdo, mas a displicência e a falta de rigor no processo de gerenciamento de medicamentos ainda ocorrem nos hospitais brasileiros.

Prova disso foram os remédios vencidos encontrados em 34 estabelecimentos após uma fiscalização do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, em junho de 2019, que verificou as condições de 300 hospitais e unidades básicas de saúde em 230 cidades paulistas, incluindo a capital.

Ou seja, mesmo com uma legislação vigente que especifica as normas de controle, os números demonstram que a rastreabilidade de medicamentos na farmácia hospitalar ainda precisa de atenção, tanto por parte do poder público quanto dos profissionais que atuam nesse setor, uma vez que os hospitais privados não fogem à regra.

Afinal, esse monitoramento é imprescindível para que o controle sobre a validade dos remédios seja mantido durante o processo, evitando o desperdício e, mais ainda, a administração de medicamentos sem condição de uso, o que pode significar o comprometimento parcial ou até mesmo total da saúde dos pacientes.

Por isso, abordaremos neste artigo algumas questões envolvendo a rastreabilidade de medicamentos e de que forma as farmácias podem incorporar sistemas de automação para otimizar esse processo, tornando o trabalho mais seguro e eficaz. Acompanhe!

Benefícios da rastreabilidade de medicamentos

Não é difícil imaginar como esse processo pode beneficiar todo o setor de saúde. Com a implantação de um novo sistema de codificação que envolva todos os dados necessários para o acompanhamento dos produtos, é possível melhorar todo o panorama nacional acerca do assunto.

Vejamos alguns benefícios deste processo nas farmácias hospitalares para gestores, profissionais de saúde e população em geral:

Redução dos gastos nas instituições de saúde

A rastreabilidade de medicamentos na farmácia hospitalar pode significar uma redução de até 100% nos gastos com compras de urgência, já que permite um melhor gerenciamento do estoque e da demanda. Essa economia pode causar um impacto bastante positivo para o capital das instituições hospitalares.

Administrações mais seguras

Com a rastreabilidade, é possível acompanhar todo o caminho do medicamento até o momento de ser administrado ao paciente. Garantindo que o remédio certo chegou até seu paciente na hora e pela via recomendada, as chances de erros caem para 1%, tornando o tratamento mais seguro.

Diminuição do desperdício e dos casos de desvio

Infelizmente a saúde pública conta com inúmeros casos de desvio de medicamentos, além do desperdício gerado pela má conservação, mau gerenciamento dos estoques e manipulação incorreta. Dessa forma, a rastreabilidade de medicamentos na farmácia hospitalar contribui para inibir esses casos, devido ao controle rigoroso de entrada e saída do medicamento unitário, diminuindo perdas de qualquer natureza.

Rastreabilidade de medicamentos: o que diz a legislação brasileira?

Criado em 2009, o SNCM (Sistema Nacional de Controle de Medicamentos) sofreu algumas alterações normativas quando, já no final de 2016, foi sancionada a Lei nº 13410. A nova redação passou a determinar que o controle dos medicamentos, sob coordenação da Anvisa, deve será feito através de um sistema de identificação individualizado dos medicamentos, onde cada embalagem precisa conter os seguintes dados:

  • Número de registro do medicamento no órgão de vigilância sanitária federal;
  • Número de série único do medicamento;
  • Número do lote ou da partida do medicamento;
  • Data de validade do medicamento.

Com as novas exigências determinadas pelo SNCM, a Anvisa publicou uma nova RDC (nº 157), estabelecendo a implantação e o controle sobre as normas impostas.

A partir de então, todos os membros participantes da cadeia de movimentação de medicamentos, incluindo a farmácia hospitalar, assumiram a obrigação de registrar e comunicar eletronicamente os dados referentes ao medicamento sob sua custódia.

Assim, a rastreabilidade de medicamentos na farmácia hospitalar passou a ter não só uma exigência imposta pela legislação, mas também uma necessidade ainda mais latente de adequação, visando afastar erros que comprometem a saúde dos pacientes atendidos, além de diminuir as perdas de milhões de reais em medicamentos avariados ou fora da validade.

Como a tecnologia contribui para o processo de rastreabilidade de medicamentos na farmácia hospitalar?

Por meio da implantação do sistema de código no formato bidimensional GS1 DataMatrix, já recomendado desde 2013 pela RDC 54 da Anvisa, todo o trabalho de reetiquetagem dos remédios por unidade e fração se torna menor ou até ausente.

Portanto, a tecnologia exerce papel fundamental, já que a codificação bidimensional permite a inserção dos dados de lote ou partida, registro na Anvisa e data de validade em cada unidade do produto desde a saída da fábrica.

Além disso, a verificação dos códigos e registro de movimentações a cada etapa gera um controle mais efetivo da movimentação do estoque, tornando o processo de dispensação mais assertivo e a administração menos propensa a erros, já que esse acompanhamento vai até a beira do leito, onde é feita a checagem por meio de leitores digitais.

Contudo, as farmácias hospitalares precisam buscar essa adequação e investir em sistemas que otimizem a rastreabilidade, com a certeza de que todo o investimento necessário para a compra dos equipamentos de leitura e instalação de sistemas de gestão e monitoramento é compensada pela redução do risco de erros gerado pelo processo manual de reetiquetagem, além do gasto de tempo e mão de obra empregados nesse trabalho.

Automatização de processos além da rastreabilidade

Diante das muitas resoluções da Anvisa e recomendações de boas práticas do Ministério da Saúde, aumenta a necessidade de adequação e implementação de recursos tecnológicos.

Por isso, o uso da tecnologia nos recursos de automatização dos processos dentro da farmácia hospitalar vai muito além da rastreabilidade, por exemplo:

  • Controle de estoque de medicamentos termolábeis e imunobiológicos;
  • Monitoramento de temperatura e umidade;
  • Sistemas de controle de armazenagem;
  • Otimização de relatórios;
  • Prontuários digitais e online.

Esses são apenas alguns exemplos de como a tecnologia pode melhorar o trabalho dentro da farmácia hospitalar por meio do uso de sistemas automatizados. Com o crescente desenvolvimento de soluções para o setor de saúde, à medida que outras necessidades surgem, novos sistemas são criados para supri-las.

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Lucas Almeida

Cofundador e CRO da Nexxto

Trabalho todos os dias para ajudar o setor de saúde a ser mais digital e eficiente, possibilitando que mais pessoas no Brasil tenham acesso a serviços com qualidade e segurança.