Publicado em 9 abril 2020 | Atualizado em 24 junho 2020

A medicina vem evoluindo ao longo dos anos, permitindo cada vez mais que exames não-invasivos possam ser utilizados para detectar doenças e fazer diagnósticos mais confiáveis. Dentro da Saúde 4.0, a tomografia computadorizada está entre os principais recursos utilizados pelos médicos. Pois permite imagens detalhadas da parte interna do corpo sem a necessidade de cortes.

Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) indicam que em 2018 existia um tomógrafo para cada 100 mil habitantes no Brasil. Apesar da aparente baixa disponibilidade, o exame figura entre os mais requisitados junto às operadoras de planos de saúde. De acordo com com o Mapa Assistencial da Saúde Suplementar, publicação elaborada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a tomografia computadorizada passou de 149 em 2016 para 153 em 2017 (por mil beneficiários).

Para entender melhor o que é a tomografia computadorizada, quais seus benefícios e riscos. E as inovações que estão surgindo na área, preparamos este artigo repleto de informações. Confira!

O que é a tomografia computadorizada?

A tomografia computadorizada (TC) é um exame que se assemelha bastante com o raio X. Já que nos dois casos são usados esses raios ionizantes para se obter imagens de áreas internas do corpo. No caso da tomografia, o tomógrafo produz várias radiografias transversais. Que são processadas por um software de computador, resultado em imagens detalhadas da área analisada.

O surgimento da tomografia se confunde com o do raio X, já que ambos partiram da mesma descoberta. Em que o uso da radiação permitiria a análise de partes internas do corpo. A primeira máquina capaz de realizar uma tomografia computadorizada — e que revolucionou a medicina na época — surgiu em 1972, no Thorn Emi Central Research Laboratories, na Inglaterra.

Os criadores do primeiro tomógrafo foram o sul-africano Allan Cormack e o britânico Godfrey Newbold Hounsfield. Que ganharam o Prêmio Nobel de Fisiologia por seu invento.

Para que serve a tomografia?

A tomografia computadorizada serve como auxiliar no diagnóstico de doenças ósseas ou musculares, identificação de tumores, infecções ou coágulos, e ainda para detectar e monitorar lesões ou doenças.

Há quatro tipos principais de tomografias, que são:

Tomografia de crânio

Ela é indicada para diagnóstico de traumas, infecções, hemorragias, ou presença de aneurismas no cérebro.

Tomografia de pelve e abdômen

Utilizada para avaliar a evolução de abscessos e tumores, além de permitir melhor diagnóstico de apendicite, litíase, pancreatite, lesões no fígado, cirrose, malformação renal, pseudocistos, e hemangioma.

Tomografia de membros inferiores e superiores

Tem a função de diagnosticar fraturas, tumores, infecções e lesões musculares.

Tomografia de tórax

Indicada para a investigação de doenças vasculares, infecções, rastreamento de tumores e de sua evolução.

Em casos onde é necessário maior visualização das estruturas, pode ser utilizado o contraste, que permite distinguir mais facilmente os diferentes tipos de tecido. Tal técnica é geralmente utilizada em exames de crânio, abdômen e tórax.

Quando é necessário uma TC?

A tomografia computadorizada não é considerada um exame de rotina, e é solicitada conforme a necessidade e o histórico de cada paciente. De modo geral, a solicitação é feita pelo médico quando identifica sinais de uma patologia que pode ser detectada somente pelo exame.

Como ele é um exame que usa raios X na sua realização, não é indicado para gestantes. Já nos casos em que é necessário o uso do contraste, é contraindicado para pessoas que possuam alergia ao iodo.

Um dos usos mais comuns é para a identificação de tumores, já que seu nível de detalhamento permite que mesmo os nódulos bem pequenos possam ser detectados. Ela ainda pode ser usada para focalizar as partes do corpo que precisam ser investigadas, como cérebro, fígado, pâncreas, rins, ovários, útero, pulmão e pleura, e os ossos.

A tomografia computadorizada também é utilizada para detectar problemas mais graves, como AVC (acidente vascular cerebral), aneurismas, edemas cerebrais, embolia pulmonar, derrame pleural e peritoneal, além de ser usados para identificar traumas como fraturas, hemorragias e ferimentos.

Quais os riscos do exame ao paciente?

A tomografia computadorizada apresenta uma série de benefícios por conta da melhor nitidez dos exames. Porém, por se tratar de um emissor de radiação, nem sempre sua indicação é aconselhada. Pesquisa da entidade americana National Research Council (NCR), detalhou que os níveis de radiação aos quais a pessoa é exposta ao ser submetida a uma tomografia são suficientes para elevar os riscos de desenvolvimento de câncer.

Além disso, dados biológicos e epidemiológicos associam a exposição à radiação ionizante ao surgimento de tumores malignos no corpo humano. E as exposições são cumulativas, ou seja, a cada novo exame as doses de radiação recebidas pelo corpo precisam ser somadas às doses de exames anteriores.

Desta forma, o médico deve sempre considerar os efeitos nocivos da radiação ao solicitar exames de tomografia computadorizada.

Qual a diferença entre tomografia e ressonância?

Outro exame que permite uma visão mais detalhada de partes internas do corpo é a ressonância magnética, e que é bastante diferente da tomografia computadorizada. Enquanto a primeira usa a raios X para o processamento das imagens, a ressonância usa um grande campo magnético e ondas de radiofrequência. Que provocam uma reação nos átomos de hidrogênio dos tecidos, permitindo identificar facilmente as partes do corpo.

Desta maneira, e de acordo com os sinais refletidos por cada tipo de estrutura do corpo (tecidos moles, ossos, ar, água, entre outros), as imagens são retratadas tridimensionalmente, facilitando a visualização e a identificação de qualquer problema.

Em ambos os casos, os equipamentos registram várias imagens que são posteriormente processadas por softwares de computador, responsáveis em permitir a alta qualidade dos exames e permitindo ainda que possam ser analisadas em fatias.

Enquanto a tomografia é contraindicada para gestantes e pessoas alérgicas ao iodo, a ressonância magnética não pode ser realizada por pessoas portadoras de marca-passo, desfibrilador cardíaco implantável, stent vascular, implante coclear, próteses ortopédicas, clipes vasculares metálicos, prótese vascular, DIU, e que tenham fragmentos de metais no corpo.

Uma tomografia com baixa dosagem

Considerado como um dos tipos mais frequentes de câncer, o de pulmão é o que causa a maior mortalidade no Brasil. Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam que são diagnosticados cerca 31.270 novos casos de câncer de pulmão, traqueia e brônquio por ano. Estima-se que há 18,16 novos casos a cada 100 mil homens.

Por conta de sua alta incidência, o diagnóstico precoce é essencial para a cura da doença. E para essa análise costuma-se ser usada a tomografia computadorizada de baixa dosagem (TCBD). Ela é o exame mais indicado como método de rastreamento do câncer de pulmão, por possuir menor dose de radiação, permitindo ainda maior repetição dos exames para acompanhamento da evolução da doença. O TCBD ainda é capaz de identificar doenças causadas pelo tabagismo antes mesmo de se manifestarem.

Exames fundamentais

Como você acompanhou, as tomografias computadorizadas são exames fundamentais para diagnósticos rápidos e precisos por parte dos médicos. Com base em tais informações, eles podem decidir pela melhor intervenção, reduzindo erros e permitindo uma recuperação mais rápida do paciente.

Porém, por se tratar de um exame que requer altas doses de raios X, sua realização deve ser sempre analisada criteriosamente, considerando os benefícios e riscos do procedimento.

Por fim, cabe aos serviços de saúde que possuem tomógrafos manterem sua manutenção preventiva sempre em dia, evitando problemas e o consumo excessivo de energia elétrica, que pode ser solucionado com um sistema de monitoramento da qualidade de energia.

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Lucas Almeida

Cofundador e CRO da Nexxto

Trabalho todos os dias para ajudar o setor de saúde a ser mais digital e eficiente, possibilitando que mais pessoas no Brasil tenham acesso a serviços com qualidade e segurança.