Publicado em 30 março 2021 | Atualizado em 24 março 2021

A perda de medicamentos, vacinas e outros insumos é uma das principais causas de prejuízo financeiro para as instituições de saúde. Em geral, tais perdas ocorrem por conta de erros no armazenamento. Sobretudo quando se trata de produtos termolábeis, que dependem diretamente da cadeia do frio.

Contudo, os problemas decorrentes de falhas nesse tipo de processo vão além das questões materiais. Atualmente, com o crescimento dos casos de COVID-19, a ênfase dada às vacinas demonstra o quanto é importante dar atenção para o armazenamento correto desses insumos.

Recentemente, um fato ocorrido no estado do Espírito Santo demonstrou a fragilidade do sistema de guarda de vacinas. Durante um momento de brincadeira, uma criança desligou a rede de energia de uma unidade de saúde do município. O resultado foi a perda de 133 doses de vacina, que estavam armazenadas em geladeiras que possuíam autonomia de apenas 48 horas.

Como o problema ocorreu durante e fim de semana, por conta do ponto facultativo de Carnaval, o local estava fechado e sem monitoramento, impedindo que o erro fosse detectado em tempo hábil.

Infelizmente, fatos como esse são mais comuns do que se imagina. A cadeia do frio é um sistema complexo e crítico, que depende de muitos fatores e exige atenção de vários agentes envolvidos no processo.

Na mesma semana em que houve a perda de imunizantes no Espírito Santo, uma cidade de Minas Gerais registrou a perda de mais de 200 doses da Coronavac. Nesse caso, o problema ocorreu num termostato dos refrigeradores.

Em ambos os eventos, além do prejuízo financeiro aos cofres públicos, há também uma perda de eficiência no processo de vacinação. Consequentemente, a vulnerabilidade da população se torna maior, o que pode vir a custar muitas vidas.

Os erros mais comuns no armazenamento de vacinas e medicamentos

O ponto principal onde ocorre a maioria dos erros de armazenamento, está relacionado com a temperatura. Por se tratarem de insumos de alto valor agregado – principalmente no caso das vacinas – a preocupação dos gestores em saúde é alta.

Uma vez que a logística possui etapas com características específicas de layout das instalações, além de métodos para localização dos insumos, o controle térmico dos ambientes é essencial.

No entanto, mesmo com uma legislação rígida e extensa, que demanda uma série de cuidados especiais durante as operações de logística, ainda existem erros graves que comprometem a segurança do processo.

Mas no decorrer das etapas da cadeia de suprimentos, alguns erros costumam ocorrer com maior frequência, levando à perda de insumos. Além de comprometer a qualidade e segurança dos tratamentos, essas falhas levam ao desperdício e geram um processo ineficiente.

Vejamos a seguir os erros mais comuns no armazenamento, que podem levar à perda de insumos de saúde:

Locais de armazenamento inadequados

O primeiro erro no armazenamento de insumos de saúde parte de um local inadequado, que não atende às normas. Além de garantir que o ambiente seja higienizado, iluminado e ventilado de forma adequada, também é fundamental cuidar da temperatura do local.

As boas práticas descritas na RDC 304 da Anvisa determinam os requisitos para que cada tipo de insumo de saúde seja mantido de forma segura, preservando a qualidade e integridade.

Transporte

O período em que os insumos ficam armazenados durante a fase de transporte merece uma atenção especial. Principalmente quando se trata de vacinas e medicamentos que dependem de refrigeração.

Na cadeia do frio, esta é a fase mais crítica, pois exige acondicionamento adequado, menor tempo de percurso, entre outros cuidados. Desse modo, falhas no monitoramento ou mesmo embalagens fora dos padrões comprometem o processo.

Controle da temperatura ineficiente

A grande maioria dos medicamentos, mesmo aqueles que não dependem de refrigeração, jamais devem ser expostos às altas temperaturas. Contudo, alguns mecanismos e ferramentas de controle podem ser ineficientes, e apresentar falhas durante o armazenamento.

No mesmo sentido, ainda que um insumo, como no caso das vacinas, dependa de refrigeração, esta precisa ocorrer dentro dos parâmetros indicados pelo fabricante.

Um caso ocorrido durante a vacinação da COVID-19 no Paraná demonstra como um erro pode comprometer todo o processo. No momento da aplicação das vacinas, os profissionais de saúde perceberam que as doses do imunizante estavam congeladas e precisaram descartá-las.

A suspeita é de que a variação brusca de temperatura sofrida ao retirar o imunizante da geladeira utilizada – o equipamento operava a 2,4ºC – e colocá-lo em contato com a temperatura ambiente pode ter causado o congelamento.

Portanto, tão importante quanto manter os insumos refrigerados, é fazer isso com o uso de equipamentos de controle eficientes.

Gestão de suprimentos

A falta de rigidez no controle dos estoques pode comprometer todo o processo de armazenamento de insumos de saúde, sobretudo quanto à validade dos medicamentos. Dessa forma, adotar estratégias de Supply Chain evita a ocorrência de erros na gestão de suprimentos.

Descumprimento de normas e não conformidade

Manter-se dentro dos requisitos exigidos pela legislação vigente é crucial para evitar erros no armazenamento. Ao contrário, instituições que não investem em acreditações e certificações estão mais propensas à não conformidade com os padrões de qualidade e segurança. Consequentemente, se tornam mais vulneráveis e propensas a falhas que geram perdas.

Como melhorar o processo e evitar a perda de insumos

O armazenamento de insumos de saúde é uma das etapas mais importantes da cadeia logística do setor. Afinal, desde a fabricação, passando pelo transporte até a instituição de destino, os medicamentos passam por diferentes processos de armazenamento.

Nesse sentido, a gestão de suprimentos precisa ser feita com excelência, e para isso é necessário o engajamento dos profissionais envolvidos no processo. Por essa razão, os gestores devem manter as equipes alinhadas, obedecendo às regulamentações. E, de preferência, realizando auditorias internas regulares.

Concomitantemente, investir num ambiente seguro e qualificado para armazenar os insumos é a maneira mais eficaz de evitar a perda. Por seguro e qualificado entendemos um local onde haja um controle rigoroso de temperatura. Isso é fundamental para evitar as variações do ambiente e dos locais de guarda, como geladeiras de vacinas, por exemplo.

Para isso são necessárias ferramentas e soluções que permitam um controle total e preciso da temperatura e umidade, o que torna as condições mais adequadas, juntamente com um controle de estoque eficaz.

Monitoramento remoto: prevenção e correção de falhas no armazenamento

Uma vez que é na etapa de armazenamento que a qualidade do insumo se torna mais garantida, a partir da preservação de sua integridade e eficácia, investir em ferramentas para controlar a temperatura de insumos de saúde e evitar erros no processo é fundamental.

Seguindo essa premissa, a solução mais eficiente é o sistema de monitoramento remoto. A partir de um controle feito de forma online, todo o período de armazenamento pode ser monitorado em tempo real.

Essa solução garante a segurança contra danos físicos, conservando o produto dentro dos parâmetros predefinidos. Além disso, o monitoramento remoto permite que excursionamentos de temperatura sejam rapidamente identificados e corrigidos.

Se tomarmos como exemplos os casos citados nas notícias, onde vacinas foram desperdiçadas devido ao congelamento ou à falta de refrigeração, não é difícil perceber a essencialidade de um sistema remoto.

A partir da ocorrência de falhas no processo, uma solução como a da Nexxto entrega 100% de visibilidade. Isso significa que as informações de monitoramento podem ser acessadas de qualquer lugar e a qualquer momento, com o uso de qualquer dispositivo (computador, tablet ou smartphone).

Além disso, o monitoramento em tempo real emite avisos e notificações sobre quaisquer mudanças de temperatura e umidade, com diferentes níveis de criticidade e formas de comunicação. Assim, é possível tomar ações corretivas imediatas, evitando a perda de insumos e o comprometimento das operações.

Se você gostou do conteúdo e deseja saber mais sobre o assunto, confira o artigo “Estabilidade de medicamentos termolábeis: o que fazer após quebra da cadeia do frio“.

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Redação Nexxto

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