Publicado em 5 novembro 2019 | Atualizado em 22 junho 2021

Todo ambiente hospitalar tem sua premissa baseada no salvamento de vidas. Seja qual for o grau de necessidade, o restabelecimento da saúde do paciente é o objetivo central de qualquer tratamento. Dessa forma, quando se fala em gerenciamento de riscos, consideramos a qualidade do serviço de saúde oferecido através da prevenção, correção e contingenciamento dos fatores de risco inerentes a esse ambiente.

Afinal, ao garantir a eficiência dos processos de gestão com o uso de tecnologias desenvolvidas especificamente para o setor, é possível determinar maior assertividade na conduta dos profissionais de saúde.

Consequentemente, segurança hospitalar do paciente, que está permanentemente exposto a eventos adversos – contaminações e infecções hospitalares, erros na administração de medicamentos, quedas, lesão por pressão entre outros – será mais eficaz e com menor chance de erro.

Eventos adversos em internações

Dados do 2º Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil, realizado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar – IESS apontam que, em 2017, cerca de 1,3 milhão de pacientes, do total de 19,4 milhões que se internaram nos hospitais brasileiros (incluindo SUS e saúde suplementar), apresentaram pelo menos um evento adverso durante o tratamento, que foi relacionado à assistência hospitalar.

Desses, um número de mais 235 mil pacientes vieram a óbito, sendo que os eventos adversos considerados graves e relacionados à assistência hospitalar foram determinantes para 54,7 mil falecimentos, onde mais de 36 mil casos desses eventos adversos eram preveníveis.

Ou seja, o maior investimento em segurança hospitalar e a implantação de um sistema de gerenciamento de riscos mais eficiente pode prevenir e evitar dezenas de milhares de mortes nos leitos de hospitais, que são, na verdade, um lugar unicamente destinado a preservar as condições de saúde do paciente.

Esses números tão significativos demonstram a necessidade urgente da implementação de sistemas de gestão e recursos que promovam resultados mais positivos em relação à ocorrência de eventos adversos e suas consequências, em todas as fases de internação e permanência do paciente no ambiente hospitalar.

Segurança hospitalar e problemas relacionados à gestão

Assim como qualquer organização, hospitais enfrentam inúmeros desafios relacionados à gestão, com o agravante de lidar diretamente com vidas humanas, que não possuírem valor mensurável, ultrapassam a esfera dos prejuízos financeiros quando não há um gerenciamento de riscos eficiente.

Desse modo, os problemas relacionados à má gestão hospitalar tornam a segurança dos pacientes mais vulnerável, expondo-os aos eventos adversos, além de ocasionar perdas materiais significativas, que comprometem a qualidade dos serviços prestados, interferindo na credibilidade da instituição.

Entre os principais problemas que afetam a gestão hospitalar, podemos citar os seguintes:

  • insuficiência de capital;
  • desvio ou indisponibilidade de ativos;
  • fraudes administrativas;
  • processos ineficientes;
  • falhas gerenciais.

Portanto, a busca por uma governança de excelência nas instituições de saúde deve ser permanente, uma vez que problemas nos setores administrativo, financeiro e de recursos humanos podem influenciar a segurança hospitalar. Independente de ser ou não uma organização com fins lucrativos, fazer o amplo reconhecimento e estruturar mecanismos para o gerenciamento de riscos é fundamental.

Sobretudo porque a esses setores se deve a gestão de pessoal, que são os profissionais que lidam diretamente com os pacientes, e a gestão do fluxo de caixa e do controle de material hospitalar, que também podem ocasionar uma série de eventos adversos e aumentar ainda mais a exposição aos riscos pré-existentes.

Boas práticas de segurança hospitalar: o que a legislação recomenda?

A excelência no atendimento e a qualidade da assistência deve ser a prioridade dos hospitais, e depende de uma boa gestão administrativa. Dessa forma, é possível garantir a satisfação do paciente e, consequentemente, o fortalecimento e o reconhecimento da instituição perante a sociedade.

Não à toa, o número de instituições em busca de acreditação hospitalar tem crescido, mesmo que devagar. No Brasil, a acreditação é obtida em níveis, através da avaliação da Organização Nacional de Acreditação – ONA, e significa que o hospital investiu na inovação dos processos e atingiu o mínimo de 70% dos padrões de qualidade e segurança definidos pela organização.

Mas como chegar ao padrão de qualidade e excelência? Para isso, são desenvolvidas e publicadas pelos órgãos competentes, uma série de normas e recomendações de boas práticas em diversos setores de saúde.

Entre elas está a RDC nº36, publicada em 2013 pela Anvisa, que institui ações de boas práticas para a segurança do paciente em serviços de saúde. Uma das recomendações dessa resolução é a criação do Núcleo de Segurança do Paciente (NSP), visando a melhoria contínua dos processos e do uso de tecnologias na área da saúde.

O NSP deve ser o responsável por implantar e conduzir as boas práticas de segurança hospitalar através de um gerenciamento de riscos permanente. Entre suas competências está a promoção de mecanismos que identifiquem as não conformidades nos processos, procedimentos e na utilização dos equipamentos, medicamentos e insumos, apresentando propostas de prevenção e correção.

Etapas do gerenciamento de riscos

Em junho de 2019 foi publicada a IEC 31010: 2019, um guia de gerenciamento de riscos complementar à ISO 31000, que apresenta uma série de técnicas de avaliação para identificar e compreender os riscos de todos os setores organizacionais, independentemente do ramo de atuação.

Segundo notícia publicada pela própria organização internacional ISO, essas normas podem ser utilizadas pelas organizações durante toda sua trajetória e aplicadas a qualquer atividade.

A chamada “caixa de ferramentas” de gerenciamento de riscos IEC 31010 e ISO 31000 apresenta padrões acordados internacionalmente, com as melhores práticas e referências e com uma estrutura de gerenciamento de riscos, princípios e processos estabelecidos.

Esses documentos servem como guias importantes para compreender o processo de gerenciamento de riscos que, basicamente, passa por três etapas: diagnóstico; desenvolvimento de soluções; e implantação das soluções. Vejamos com mais detalhe cada um dos passos desse processo:

1. Diagnosticar e mapear os riscos

Na primeira etapa, o diagnóstico permite observar e identificar dois tipos de risco: riscos inerentes e riscos adquiridos.

O risco inerente decorre do próprio processo de tratamento ou de características apresentadas pelo paciente ao ser submetido aos procedimentos. Já o risco adquirido está baseado em evidências e também na experiência e opinião de especialistas.

Portanto, apesar da necessidade de implementar soluções para todos os fatores que envolvem a segurança hospitalar, esse tipo de risco é o principal foco do diagnóstico, uma vez que requer maior atenção durante o mapeamento.

2. Desenvolver soluções

Após o diagnóstico e a identificação dos fatores de risco e do mapeamento de riscos inerentes e adquiridos, é preciso desenvolver e apontar soluções para diminuir as probabilidades e aumentar a segurança hospitalar.

Elencar todas as práticas e rotinas do ambiente hospitalar é uma boa maneira de iniciar o desenvolvimento das soluções. Feito isso, é o momento de designar as soluções de acordo com essas práticas, como por exemplo:

  • checagem de rotinas e tarefas cotidianas;
  • atualização e aplicação de procedimentos;
  • gerenciamento dos indicadores de desempenho relacionados à riscos.

Ao desenvolver as soluções, surgirão necessidades que podem levar à descoberta de recursos tecnológicos que facilitem a implantação. Por exemplo, no caso da checagem das rotinas, existem tecnologias de monitoramento e relatórios que otimizam essa tarefa.

Nesse ponto, o investimento em inovação pode representar ganhos significativos em todas as áreas, mas principalmente em relação ao gerenciamento de riscos e à segurança hospitalar.

3. Implantar e executar as soluções

Com o detalhamento e desenvolvimento das soluções, chega a etapa de implantação, feita através da reestruturação de processos internos, criando na prática uma cultura de gerenciamento de riscos.

Nessa fase, o tratamento do risco envolve eleger uma ou mais soluções para modificar as práticas mais vulneráveis e implementar ações novas ou corretivas que reforcem a segurança e diminua os riscos.

Soluções tecnológicas para um gerenciamento de riscos eficiente

A utilização de tecnologias é fundamental para desenvolver e implantar soluções de gerenciamento de riscos e garantir a eficiência na área de segurança hospitalar, além de evitar danos e perdas financeiras e otimizar os processos de gestão como um todo.

Entre os procedimentos que diminuem o risco de eventos adversos, estão o monitoramento de temperatura de medicamentos, hemoderivados e hemocomponentes, o processamento dos dados e a emissão de relatórios, além do armazenamento e disponibilidade dos dados na nuvem.

A Nexxto possui a tecnologia necessária para implantação de diversos recursos de boas práticas no ambiente hospitalar, principalmente relacionados ao gerenciamento de riscos. Uma delas é o monitoramento sem fio de equipamentos e ambientes. De forma simples e intuitiva, torna os processos mais eficientes, fazendo registro, armazenamento e análise dos dados críticos da sua operação automaticamente.

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Redação Nexxto

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