O uso do glicerol dentro de geladeiras hospitalares vem apresentando resultados satisfatórios para um dos pontos críticos da gestão de suprimentos. Nesse sentido, a adequação das novas tecnologias têm tornado o monitoramento de temperatura dos termolábeis mais eficiente.
Afinal, o controle de estabilidade dos insumos de saúde tem um grau de importância bastante elevado. Isso porque, além das perdas que resultam num grande prejuízo financeiro, existe também a preocupação com a segurança do paciente. Aliás, esse é o fator mais relevante para que sejam empregadas soluções eficientes de monitoramento de temperatura.
Os riscos associados à ineficácia de um medicamento que sofreu variações de temperatura fora da faixa permitida pelo fabricante devem ser amplamente minimizados ou, se possível, eliminados. Assim, há uma garantia maior da qualidade no atendimento clínico e, consequentemente, do sucesso nos tratamentos.
Sobre as perdas financeiras, essa também é uma questão de grande relevância para as instituições de saúde. Dados da Anvisa mostram um desperdício de cerca de 20% dos medicamentos fabricados anualmente no Brasil. O valor estimado do prejuízo é de R$ 1 bilhão. Em aproximadamente 40% dos casos, falhas no armazenamento são o motivo dessa perda.
Por esses e outros motivos, a adaptação de recursos nos sistemas de monitoramento torna-se fundamental. Assim, é possível aumentar a eficiência do trabalho nas instituições de saúde.
O que é glicerol e como é quais suas aplicações?
O glicerol, apresentado comercialmente como glicerina (que são produtos purificados, formados por 95% de glicerol), é uma substância bastante conhecida. Sua estrutura química forma um tri-álcool composto de três carbonos, cujo nome sistemático é (IUPAC) 1,2,3-propanotriol.
Numa temperatura de 25°C, sua forma é de um líquido incolor, viscoso, sem cheiro e com gosto levemente adocicado. Inclusive, o nome “glicerol” é derivado da da palavra grega glykys, que significa “doce”.
Esse produto, que pode ser derivado de fontes naturais ou da indústria petroquímica, possui grande versatilidade. O que lhe possibilita aplicações variadas, como por exemplo:
- indústria alimentícia: utilizado como agente espessante, adoçante e auxiliar na preservação dos alimentos;
- indústria farmacêutica e cosmética: usado na fabricação de pomadas, xaropes, cremes, sabonetes e loções, por possuir propriedades hidratantes e suavizantes;
- reagentes na produção de nitroglicerina, composto que é comumente aplicado na indústria farmacêutica e de explosivos;
- agente anticongelante: na indústria automobilística e também em sistemas de refrigeração.
Qual a sua importância para o monitoramento de temperatura?
Uma das maiores preocupações quanto ao monitoramento de temperatura dos termolábeis é a variação da temperatura dentro das geladeiras. Com o abrir e fechar do equipamento, as excursões podem ocorrer com maior frequência e disparar os alarmes.
Porém, nem sempre isso significa o comprometimento dos produtos, uma vez que essa variação ocorre por períodos de tempo curtos. Sem contar que as embalagens dos termolábeis, principalmente os oncológicos, são fabricadas para manter a estabilidade térmica do produto por mais tempo.
Mas como o objetivo é obter informações mais precisas para saber se os insumos estão comprometidos, a técnica de uso do glicerol evita essa variação. Isso ocorre por conta da propriedade físico-química da substância.
Desse modo, ela não permite que os termohigrômetros reajam às oscilações de temperatura ao abrir a geladeira. Evitando, assim, o excursionamento e os alarmes desnecessários.
Mecanismo de atuação do glicerol em geladeiras hospitalares
Quando um recurso demonstra maior eficiência e qualidade na operação, é fundamental que sejam adotadas medidas de atualização. É o caso do uso do glicerol em equipamentos que monitoram a temperatura de produtos termolábeis.
Por ser um anticongelante, essa solução tem apresentado resultados satisfatórios quanto à estabilidade térmica, principalmente em geladeiras hospitalares.
Mas por que utilizar glicerol é importante nesse processo? Para responder à questão, primeiro devemos entender o mecanismo de atuação do produto.
O glicerol atua como um “amortecedor térmico”. Mantendo a estabilidade, o sistema fornece uma leitura mais correta e realista da temperatura do produto armazenado.
Isso demonstra a importância desse tipo de solução, verificada através de um experimento feito pelo laboratório da empresa americana Accucold. A pesquisa comparou diferenças na medição de temperatura entre uma sonda padrão exposta ao ar e outra envolvida em glicerol.
O resultado mostrou que o uso da probe do sensor imersa em um frasco contendo a substância impede que as correntes de ar intermitentes joguem fora as leituras e calculem a média das temperaturas do ambiente. Dessa forma, o registro mostra a temperatura real das vacinas dentro dos refrigeradores.
Por que não é recomendado manter a sonda fora do glicerol?
Conforme as diretrizes do CDC para armazenamento de vacinas, ao utilizar uma sonda num recipiente contendo glicerol (ou outro tampão térmico), a temperatura registrada é mais próxima à do produto.
Do contrário, se o sensor for colocado diretamente na geladeira, a medição será relativa à temperatura do ar dentro do recipiente, registrando as oscilações sempre que ela for aberta.
Assim, os alertas definidos para o monitoramento serão acionados sempre que houver o excursionamento fora do limite registrado no equipamento.
Por exemplo, se a temperatura máxima for definida em 8ºC, toda situação que gerar o aumento de temperatura acima deste limite, como a abertura de porta por um período prolongado, o sistema de alarme será imediatamente ativado.
Contudo, mesmo que a temperatura do ar ultrapasse os 8ºC, não significa que a temperatura dos termolábeis sofrerá essa mudança simultaneamente. Ou seja, a repetição desses alertas ao longo do dia será desnecessária e causará incômodo.
Estabilidade dos termolábeis: por que os alertas são fundamentais?
Quando citamos o uso do glicerol para evitar alertas desnecessários, nos referimos à preservação da temperatura real dos insumos. Porém, a utilização de soluções de monitoramento de temperatura que utilizem alarmes é imprescindível para garantir a segurança desse processo.
No caso dos termolábeis, sistemas de monitoramento online e em tempo real são a melhor alternativa, uma vez que o controle adequado, além de ser uma necessidade, é uma exigência dos órgãos reguladores.
O investimento em sistemas de monitoramento de temperatura – como a solução Nexxto – garante a máxima eficiência com a emissão de alertas de excursão por diversas vias. Alarmes sonoros, avisos por SMS, e-mail e ligação telefônica permitem a correção mais rápida das falhas.
Portanto, com o uso dessas ferramentas é possível garantir a qualidade, segurança e eficácia dos insumos termolábeis. E você, já possui esse tipo de confiabilidade no seu monitoramento de temperatura e umidade?