A conservação de produtos termolábeis – especialmente os imunobiológicos – é um dos processos mais críticos dentro do setor de saúde. Devido a necessidade de manutenção correta da temperatura, a geladeira de vacinas é um equipamento fundamental, que exige máxima atenção.
A exemplo do que temos visto com a pandemia do coronavírus, as vacinas são medicamentos de grande importância e podem significar o salvamento de muitas vidas. Contudo, elas necessitam de maior cuidado no controle e monitoramento da temperatura.
Dessa forma, a cadeia do frio exige o investimento em equipamentos para o armazenamento de vacinas. Isso é necessário para manter a estabilidade e evitar perdas decorrentes de excursionamento de temperatura.
Afinal, a ocorrência de eventos adversos provenientes de falhas na cadeia do frio pode resultar na ineficácia da vacina. Ou seja, além dos possíveis danos à saúde de quem recebe o medicamento, há também o prejuízo à instituição de saúde.
Armazenamento de vacinas: boas práticas no controle da temperatura
Realizar boas práticas no monitoramento e controle de temperatura passa pela adoção de soluções que otimizem esse processo.
Contudo, existem uma série de normas e regulamentações que orientam sobre o armazenamento dos imunobiológicos, especialmente as vacinas. Nesses documentos é possível encontrar as recomendações e também as práticas obrigatórias para o controle de temperatura.
PNI e CDC: diretrizes nacionais e internacionais
Segundo as orientações técnicas do Programa Nacional de Imunizações (PNI) contidas no Manual da Rede de Frio, é preciso observar alguns cuidados básicos com a geladeira de vacinas, tais como:
- realizar a leitura do termômetro interno da geladeira de vacinas no início e ao final da jornada, registrando os dados no mapa de temperatura;
- proceder a instalação do equipamento refrigerador longe de fontes de calor, com cerca de 20 cm de distância da parede;
- manter o refrigerador ligado numa tomada exclusiva;
- manter o uso exclusivo do equipamento para o armazenamento de vacinas;
- não guardar quaisquer outros produtos na porta do aparelho refrigerador;
- em refrigeradores comuns, manter a gaveta de legumes sem tampa, encher o recipiente com garrafas contendo água e corante;
- manter vedação adequada do equipamento.
Além das orientações do PNI, também são utilizadas as diretrizes do Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC). Ele é um dos órgãos internacionais de maior respaldo na orientação para a segurança no armazenamento de vacinas.
Nesse sentido, a geladeira de vacinas é o principal local manter o armazenamento seguro. Visto que as vacinas são cruciais na proteção da saúde da população, falhas no processos podem resultar, além de tudo, na perda da confiança do paciente.
Além do mais, tais falhas podem se traduzir em uma significativa perda financeira. Já que vacinas fora dos padrões de temperatura – que tenham sido expostas ao calor, luz ou congelamento – devem ser descartadas.
Portanto, as boas práticas no armazenamento, que inclui a organização da geladeira de vacinas, são parte essencial da prestação dos serviços em saúde. Acima de tudo porque demonstram a preocupação com a segurança e qualidade de vida do paciente.
Tecnologias disponíveis
Realizar todas as etapas da cadeia do frio dentro dos parâmetros exigidos pela legislação é o grande desafio das instituições. No entanto, através da tecnologia é possível manter o funcionamento adequado da geladeira de vacinas e a qualidade do armazenamento.
Como as vacinas são termosensíveis, não podem sofrer interferências na faixa de temperatura recomendada (entre 2°C e 8°C). Então, a utilização de sistemas de monitoramento de temperatura e umidade é fundamental para garantir a eficácia dos produtos.
Utilizando recursos de IoT, a solução da Nexxto realiza a leitura dos dados a cada 40 segundos. Além disso, os alarmes e notificações informam sobre excursionamentos, permitindo uma iniciativa rápida de correção. Por fim, a geração de relatórios completos auxiliam o gerenciamento dos processos, permitindo um melhor controle e gestão das tarefas.
Esse tipo de solução atende ao requisitos de boas práticas definidas pelos principais órgãos reguladores, nacionais e internacionais. Ao mesmo tempo, permite a utilização da geladeira de vacinas com maior confiabilidade.
Uso de geladeiras domésticas para armazenamento de vacinas
Frequentemente são utilizados refrigeradores domésticos como geladeira de vacinas. Especialmente nas Unidades Básicas de Saúde, esse tipo de equipamento é bastante comum.
Todavia, mesmo sendo considerada aceitável, a geladeira doméstica é menos confiável, pois depende do uso de termômetros e monitoramento manual. Nesse caso, a utilização de sistemas que automatizam o processo e garantem segurança são recomendados.
Além de atender as orientações de órgãos reguladores para proceder o uso.
No caso da geladeira doméstica, elas são projetadas para uso de diversos produtos e precisam de adaptação para armazenar vacinas. Por exemplo, nesses casos, não se recomenda o uso do congelador. Outras áreas também devem se evitadas, já que a temperatura não é distribuída uniformemente.
Assim, os pontos de flutuação da temperatura precisam ser corrigidos com a organização da vacinas dentro dos compartimentos. Do mesmo modo, utilizar tecnologias para o monitoramento da temperatura garante maior eficiência. Uma alternativa junto a um monitor de temperatura, pode ser o uso do glicerol.
Organização da geladeira de vacinas: por que é importante?
Manter a geladeira de vacinas organizada é essencial para a segurança e eficácia dos produtos. Uma vez que a má conservação dos imunobiológicos pode representar riscos, o cuidado em nível local se torna amplamente necessário.
Seja em equipamentos projetados especificamente para o armazenamento de vacinas, geladeira doméstica ou em caixas térmicas de transporte. Por isso, é importante que haja um mecanismo eficiente de controle de temperatura.
De acordo com as orientações do Ministério da Saúde, a organização da geladeira de vacinas requer a adoção de medidas para estabilizar a temperatura no interior do equipamento.
A principal delas é manter a exclusividade da geladeira para o armazenamento de imunobiológicos. Isso porque a abertura constante do refrigerador, por diferentes pessoas, pode resultar na oscilação da temperatura. E há também algumas regras quanto à disposição das vacinas nos compartimentos.
Principais recomendações para a organização das vacinas
Conforme o PNI, a geladeira de vacinas deve ser organizadas da seguinte forma:
- uso de gelo reciclável no compartimento congelador;
- vacinas que podem ser congeladas devem ser colocadas na primeira prateleira;
- vacinas que não podem ser congeladas precisam ser alocadas na segunda prateleira do refrigerador;
- soros e vacinas bacterianas em caixas devem ser armazenadas na terceira prateleira;
- termômetro de mínima e máxima deve ser mantido no centro da segunda prateleira em posição vertical;
- todas as vacinas devem ser mantidas afastadas das paredes, do piso e das saídas de ar frio do equipamento, para evitar temperatura menor que 2°C;
- manter um certo espaço entre as embalagens, permitindo a circulação de ar;
- organizar os subprodutos de vacina e manter as vacinas do mesmo tipo juntas;
- verificar regularmente as datas de validade, e organizar as datas mais antigas de modo a serem dispensadas primeiro;
- uso dedicado e exclusivo da geladeira para o armazenamento de vacinas;
- caso haja poucas unidades armazenadas, preencher os espaços com garrafas de água, pois ajuda a manter a uniformidade e a estabilidade da temperatura.
Todos esses procedimentos são fundamentais para manter as condições adequadas de armazenamento de vacinas.
Seja em geladeira doméstica ou em recipientes de transporte, como caixas térmicas, é essencial ter o controle da temperatura. Esse cuidado resulta na confiabilidade do produto, garantindo segurança e resultados satisfatórios ao paciente.
Agora que você já sabe como manter a organização da geladeira de vacinas, entenda como funciona a conservação de vacinas e a saúde no Brasil.