Publicado em 12 outubro 2021 | Atualizado em 19 setembro 2021

A tecnologia se torna cada vez mais uma aliada na saúde dos pacientes. Mas como forma de garantir o máximo de segurança em exames e procedimentos, a manutenção dos equipamentos hospitalares deve obedecer uma rotina rígida.

Uma falha pode trazer sérias consequências tanto ao paciente, quanto ao profissional que opera o equipamento. Além disso, tais problemas podem ter consequências financeiras à instituição hospitalar, como no caso de uma paciente que buscou indenização na Justiça após o equipamento de cirurgia ter falhado durante procedimento.

Ou seja, cada vez mais estabelecer indicadores de manutenção para equipamentos hospitalares tornou-se mais que uma obrigação: é uma necessidade. Além de evitar danos físicos, a manutenção preditiva e periódica impedirá gastos extras em caso de quebras ou falhas que poderiam ser evitadas com a manutenção.

Como forma de explicar sobre quais indicadores de manutenção devem ser observados nos equipamentos hospitalares, preparamos o artigo abaixo com diversas informações que devem integrar a rotina de todo hospital.

A importância da manutenção preventiva

Equipamentos hospitalares em mau estado ou quebrados significam que os profissionais de saúde não podem fornecer seus serviços completos aos pacientes. Também pode significar longos tempos de espera ou exames e procedimentos cancelados.

A manutenção adequada e regular de equipamentos médicos significa que os profissionais de saúde podem ter certeza de que seus equipamentos estão esterilizados, seguros e fornecendo leituras adequadas e indicadores confiáveis ​​de saúde.

Indicadores de manutenção regulares tornam a falha do equipamento muito menos provável. Pequenas correções podem ser feitas à medida que acontecem, em vez de esperar até que algo quebre.

Isso também evita que as instalações médicas e as equipes de saúde façam caras chamadas de manutenção de emergência após o expediente ou durante os feriados, quando os técnicos podem não estar prontamente disponíveis.

Os equipamentos médicos costumam ser bastante caros. Portanto, mantê-los funcionando bem é uma maneira de proteger esse investimento e garantir que ele durará por muito tempo.

Quais os tipos de manutenção hospitalar?

Imagine um desfibrilador que não liga, um laser de sala de cirurgia que falha, um monitor de paciente que não dá alarme, um dispositivo de radiação que sai da calibração ou um sistema de controle digital que simplesmente desliga.

Quando qualquer uma dessas situações ocorre, pode levar a um desfecho clínico ruim para o paciente, até mesmo à morte. Os profissionais do hospital contam com equipamentos médicos para fazer bem o seu trabalho.

E nesse sentido, a manutenção do equipamento é fundamental para garantir que isso aconteça. O Ministério da Saúde inclusive elaborou um manual que trata sobre o gerenciamento da manutenção, trazendo diversos pontos úteis.

Por isso, entender cada tipo de manutenção hospitalar é um fator importante. Confira cada um deles a seguir.

Preventiva

A manutenção preventiva é feita concluída com base no tempo decorrido ou uso desde a instalação ou evento de manutenção anterior. Por exemplo, um equipamento grande, como uma ressonância magnética, pode ter um contrato de serviço com uma lista de verificação de itens de manutenção trimestrais a serem preenchidos pelo técnico do fabricante ou um prestador de serviço externo.

Por outro lado, equipamentos como um desfibrilador móvel, podem exigir inspeção após cada uso, inspeção mensal independentemente do uso e substituição da bateria a cada três a cinco anos.

A maioria dos equipamentos, quando adquiridos, terá uma programação de manutenção preventiva recomendada do fabricante para incluir inspeção, calibração, substituição de peças, reparo ou outro trabalho necessário.

Corretiva

A manutenção corretiva é feita após uma falha do equipamento durante o uso ou um sinal da necessidade de restaurar o equipamento para uma posição de prontidão. Quando um equipamento do quarto de um paciente “quebra”, ele é trocado e o equipamento que não funciona é enviado para manutenção.

Em geral, a manutenção corretiva precisa ser evitada, adotando a manutenção preventiva como primeira etapa. Dessa forma, evita-se que o equipamento pare de funcionar durante seu uso e coloque em risco a saúde do paciente.

Porém, é necessário estar preparado para uma manutenção corretiva, garantindo que o equipamento seja recuperado o mais rapidamente possível e volte a funcionar, a fim também de não causar prejuízos financeiros ao hospital.

Preditiva

A manutenção preditiva evita falhas. O objetivo é monitorar os sinais do processo do equipamento para detectar problemas em desenvolvimento antes que o equipamento falhe durante o uso e cause resultados catastróficos.

Para isso, são usadas a análise de dados e o reconhecimento de padrões. Os dispositivos podem ser sinalizados para manutenção necessária, mesmo que o período de manutenção preventiva não tenha decorrido.

Por exemplo, um monitor em um fluxo de gás médico mostrando uma diminuição de fluxo ou pressão pode indicar que os filtros estão obstruindo, permitindo que a equipe retire o sistema de operação na próxima oportunidade conveniente.

Usando “big data” de falhas de equipamentos, a manutenção preditiva pode prever problemas antecipados em tipos de equipamentos específicos e remover uma máquina antes da falha.

E afinal, quais os indicadores de manutenção devo considerar?

Além de tipos, a manutenção de equipamentos hospitalares conta também com indicadores chaves. Eles têm a função de definir o diagnóstico das ações, e também servem para apontar quais devem ser aperfeiçoadas, visando sempre no controle e planejamento das manutenções hospitalares.

Elas são definidas como:

Temporais

As manutenções temporais consideram fatores como o tempo entre o registro do problema no equipamento, a identificação e a correção da falha. Ou seja, quanto tempo foi necessário entre o momento da detecção do problema até que o equipamento volte a operar.

Qualidade

O indicador de qualidade visa determinar a qualidade da manutenção, considerando o tempo gasto, peças ou insumos necessários, tempo que o equipamento voltou a operar até sofrer nova manutenção, e quantas vezes o equipamento voltou a repetir o problema dentro de determinado período.

Custo

Por fim, o terceiro indicador de manutenção para equipamentos hospitalares é o de custo. Nele são medidos a depreciação do equipamento com o passar do tempo, quais os valores gastos com manutenção ao longo da sua vida útil, qual a frequência da reincidência de problemas idênticos e o valor total gasto comparado com o rendimento do equipamento.

Como criar um programa de manutenção?

O primeiro passo para a criação de um programa de manutenção de equipamentos hospitalares é a criação de uma equipe multifuncional. Isso faz ainda mais sentido quando cada colaborador do hospital sabe o que fazer caso algum aparelho apresente falha.

Ou seja, mais que apenas colocar no corredor e aguardar que alguém o conserte, é necessário acionar as pessoas responsáveis para garantir que a manutenção ocorra o mais rapidamente possível. Afinal de contas, cada equipamento parado por falha significa prejuízo financeiro ao hospital e falta de atendimento adequado ao paciente.

Nesse sentido, o processo de manutenção deve ser um ciclo fechado. Estas são algumas das etapas críticas no processo de parceria:

Equipe

Forme a equipe multifuncional para a criação do programa inicial e monitoramento de longo prazo.

Identificação

Identifique o equipamento hospitalar, incluindo as recomendações de manutenção dos fabricantes. Junto com a verificação do inventário, crie uma priorização de manutenção de equipamentos com base no risco.

Estabeleça responsabilidades

Estabeleça funções e responsabilidades para identificar e comunicar as necessidades de manutenção, concluir o trabalho de manutenção (interno, externo, terceirização de contrato) e gerenciar a remoção e restauração para serviço de máquinas que recebem trabalho de manutenção.

Ferramentas de gerenciamento

Implementar todas as ferramentas de gerenciamento necessárias, como suprimentos de marcação de equipamentos, procedimentos operacionais padrão, formulários de solicitação de trabalho e monitoramento em tempo real.

Crie um cronograma

Estabeleça um processo de manutenção preventiva para as classes de dispositivos, com cronogramas específicos para máquinas individuais. Esse processo se torna muito mais fácil quando um sistema de gerenciamento de ativos eletrônicos eficaz é usado.

Tenha controle

Rastreie onde o equipamento está sendo usado ou armazenado (usando o sistema de gerenciamento de ativos) e identifique os locais específicos onde os equipamentos que precisam de manutenção serão colocados.

Tempo de manutenção

Estabeleça acordos de nível de serviço (SLAs) para responsabilidades e métricas, incluindo o tempo de resposta acordado para a devolução do equipamento. Além disso, implemente métricas de gerenciamento, incluindo horas de manutenção, custos de manutenção, tempo de reparo de serviço, tempo de inatividade (equipamento não disponível para uso quando necessário).

Aprimore a comunicação

Comunique-se a todas as partes entre a equipe de saúde e manutenção e estabeleça um processo de feedback para problemas e sugestões de melhorias.

Quais critérios usar ao priorizar a manutenção hospitalar?

Estabelecer critérios para a manutenção hospitalar é outra etapa bastante importante. Dessa forma, serão estabelecidas prioridades, determinando qual equipamento deve estar no topo da lista quando se fala em manutenção preventiva.

Para isso, o ideal é antes de tudo estabelecer alguns parâmetros, que servirão para identificar o equipamento. Nesse sentido, enumere:

  • Nome do equipamento
  • Setor ao qual pertence
  • Estado atual
  • Qual seu grau de utilização
  • E obsolência tecnológica

Com base em tais dados, passa a ser possível determinar qual a prioridade, considerando fatores como riscos que o equipamento pode representar ao paciente em caso de falha, qual sua importância estratégica dentro do contexto hospitalar, e quais as manutenções previstas pelo fabricante.

Tenha um responsável técnico

Não há nada mais importante do que a saúde, e não há desculpa para equipamentos hospitalares defeituosos. A manutenção e o reparo adequados devem ser uma alta prioridade tanto para os profissionais da área de saúde, quanto para as empresas que trabalham com equipamentos médicos.

Nesse sentido, é vital também ter a figura de um responsável técnico dentro do hospital, que terá a responsabilidade em garantir que a manutenção preventiva, corretiva, preditiva e total ocorram conforme os prazos pré-estabelecidos.

A manutenção eficaz dos equipamentos hospitalares fornece máquinas confiáveis para todo o hospital. Isso significa que os profissionais de saúde gastam menos tempo e frustração lidando com problemas de equipamentos e têm mais tempo e energia para se concentrar nos pacientes.

Dessa forma, ter esses indicadores de manutenção como base também permite que um cronograma seja estabelecido e seguido, evitando falhas ou esquecimentos. Assim, os equipamentos hospitalares estarão com a manutenção em dia e oferecendo toda sua capacidade ao paciente e à equipe médica.

Gostou do artigo sobre indicadores de manutenção para equipamentos hospitalares? Então confira também nosso artigo: Manutenção preditiva de equipamentos hospitalares: por que investir?

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Redação Nexxto

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