Publicado em 21 abril 2020 | Atualizado em 19 maio 2020

Existe uma série de modalidades de contratação e investimento para a realização de melhorias dentro de uma empresa ou instituição, e entre os mais conhecidos dos gestores estão o OPEX e o CAPEX.

A partir deles é possível adquirir equipamentos e sistemas ou investir em serviços operacionais terceirizados. Que auxiliarão no processo de implementação de soluções de automação e digitalização de diversas atividades dentro da instituição.

No entanto, mesmo diante de toda inovação e do surgimento acelerado de recursos tecnológicos em todas as áreas, o mercado de saúde ainda caminha a passos lentos na digitalização das operações e automação dos processos, muitas vezes por desconhecer as possibilidades de contratação mais adequadas à necessidade da instituição e ao seu capital.

Para entender melhor como funciona na prática cada tipo de operação e saber qual alternativa é mais vantajosa para investimentos dentro do setor de saúde, acompanhe o artigo!

OPEX e CAPEX: como funciona cada um?

Entender como funciona e para que se destinam OPEX e CAPEX é parte fundamental do gerenciamento financeiro. Principalmente quando envolve um projeto de investimento em tecnologia dentro do setor de saúde.

Isso porque, apesar de ambos possuírem vantagens e desvantagens. Depende do tipo de aquisição e do objetivo que se busca com a implementação de um novo sistema de operação. A alternativa mais viável se apresentará à medida que o cálculo de custos e retorno for feito de maneira correta e objetiva.

Vejamos, então, como cada modalidade se apresenta e como se aplicam em relação às despesas dentro da empresa.

CAPEX: foco no capital

A sigla CAPEX, que em inglês significa capital expenditure, se refere às despesas de capital e representa os investimentos em bens de capital. Ou seja, os recursos financeiros que são utilizados para aquisição de itens como equipamentos, instalações, utensílios e materiais físicos. Assim como sistemas de hardware e também alguns serviços.

Simplificando ainda mais, CAPEX são os recursos de investimento destinados à aquisição de elementos. Que ajudarão a empresa na ampliação de sua capacidade de gerar lucro.

Nessa modalidade, é necessário que a empresa disponha de um capital para investimento nas aquisições, com o objetivo de suprir as necessidades atuais visando benefícios futuros. Com esse tipo de investimento, todos os bens adquiridos passam a fazer parte do capital da empresa e, consequentemente, devem trazer algum retorno a longo prazo.

Contudo, para confirmar a viabilidade do CAPEX, é necessário observar se o lucro obtido com a melhoria em questão cobrirá todo o investimento dentro de um espaço de tempo menor que a durabilidade do bem.

Ou seja, nem sempre o bem adquirido terá uma durabilidade maior que o tempo estimado de retorno, e este pode ser um ponto negativo em relação ao CAPEX. E isso se dá, principalmente, quando o investimento está relacionado a produtos tecnológicos, que tendem a sofrer mudanças e atualizações em curtos espaços de tempo, fazendo com que seja necessária a manutenção constante e periódica, ou mesmo a troca do equipamento, por exemplo.

OPEX: foco no operacional

Quando se fala em OPEX a referência é para o operational expenditure, ou seja, despesas operacionais. Ao citar anteriormente a manutenção e atualização de equipamentos e sistemas adquiridos no formato CAPEX já estamos falando sobre despesas operacionais: contratação de profissional especializado para operar o equipamento, fazer a manutenção periódica/preventiva e tudo que esteja relacionado à execução propriamente dita.

No entanto, alguns investimentos podem ser feitos diretamente no formato OPEX. Vejamos como exemplo a implementação de um sistema de controle de temperatura e umidade.

Ao invés de adquirir um equipamento de monitoramento de temperatura de geladeira hospitalar, com a necessidade de treinar uma equipe e criar as condições próprias para a utilização do sistema, a instituição pode simplesmente contratar uma empresa de healthtech que entrega o equipamento, realiza a capacitação dos colaboradores responsáveis pela operação e faz toda a manutenção pelo período estabelecido em contrato.

Trocando em miúdos, o OPEX funciona como uma forma de terceirização, uma espécie de “aluguel” de bens e prestação de serviços.

Quais os prós e contras de cada modalidade?

Ambas modalidades apresentam vantagens e desvantagens, e a escolha pelo melhor formato de investimento numa melhoria depende de fatores como:

  • tipo de bem adquirido;
  • prazo de retorno do investimento;
  • custos operacionais;
  • necessidade de atualização/manutenção;
  • expertise técnica da equipe.

Desse modo, o CAPEX pode ser benéfico quando se trata de bens duráveis que não necessitam de manutenção constante. Ou que não depende da atualização periódica de sistemas para seu funcionamento.

Outro ponto positivo do CAPEX é quanto ao patrimônio da instituição. Que pode ter um crescimento significativo quando da aquisição de equipamentos. E de estruturas que sejam convenientes para ampliar e melhorar a prestação dos serviços.

Já no caso do OPEX, quando se fala em investimentos em sistemas e equipamentos voltados à tecnologia e automação, esse pode ser o modo mais eficiente de investir, uma vez que a prestação dos serviços e o fornecimento dos equipamentos estará vinculada apenas ao tempo de contrato e inclui os custos operacionais. Também aqui, a instituição ganha tempo e conta com a expertise dos profissionais que entregam o serviço. Garantindo o bom andamento do projeto.

Mercado de saúde: porque o OPEX é mais vantajoso?

Cada vez mais as instituições de saúde estão contando com o setor de facilities para incorporar algumas atividades. E melhorar a infraestrutura de prestação dos serviços. Seja em estacionamento, limpeza e segurança.

Porém, essa prática não se resume a serviços básicos, mas também pode incorporar investimentos em inovação tecnológica. Que são cada vez mais fundamentais dentro das instituições de saúde.

Desse modo, o OPEX se apresenta como a melhor solução, uma vez que alguns projetos de digitalização e automação necessitam da expertise das empresas desenvolvedoras para que se atinja 100% de eficiência. Mantendo o controle sobre possíveis falhas no sistema para que não interfiram na qualidade do serviço.

Além disso, em termos financeiros essa espécie de terceirização também apresenta vantagens. Uma vez que todo o investimento não partirá do capital da instituição, mas fará parte das despesas operacionais. Permitindo maior controle dos gastos e também dedução tributária.

Veja abaixo algumas vantagens do OPEX para empresas no mercado de saúde:

  • experiência num processo específico, absorvendo a complexidade operacional com foco na entrega de resultado;
  • contratação por recorrência traz benefícios financeiros, uma vez que diminui a necessidade de capital no início do projeto;
  • mais liberdade para cancelamento do serviço caso não atenda às expectativas ou não apresente os resultados necessários (já que não houve um investimento inicial alto, o comprometimento não precisa ser tão grande).

De modo geral, contratar empresas especializadas na prestação de um serviço, principalmente na área de tecnologia, torna a digitalização dos processos mais simples e mudança de rotina a partir da implantação do novo sistema, mais natural.

Assim, a instituição pode se dedicar ao desenvolvimento da parte do negócio que gera valor: o atendimento aos pacientes com foco no cuidado humanizado e na resolutividade ao tratar doenças dentro da instituição.

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Lucas Almeida

Cofundador e CRO da Nexxto

Trabalho todos os dias para ajudar o setor de saúde a ser mais digital e eficiente, possibilitando que mais pessoas no Brasil tenham acesso a serviços com qualidade e segurança.