Em sua 12ª edição, o Observatório 2020 da Associação Nacional de Hospitais Privados – Anahp traz as perspectivas importantes para o setor de saúde suplementar no Brasil. Sempre com índices que correspondem ao ano anterior da publicação, o levantamento é realizado entre os 122 hospitais associados.
Como resultado, é possível elaborar um documento que contribui diretamente para a gestão hospitalar. Dessa forma, o setor privado de saúde passa a ter um panorama bastante completo a partir de dados reais.
Ou seja, tudo que é vivenciado no dia a dia dos hospitais pode ser analisado, mensurado e, caso necessário, corrigido. Nesse sentido, a existência de um relatório que entregue informações a um setor, como faz o Observatório da Anahp, é de extrema importância para estratégias periódicas de crescimento.
Como a Anahp contribuir para o setor de saúde suplementar?
A Anahp é o órgão representante dos hospitais privados brasileiros e foi fundada em 2001. Segundo o Observatório 2020, suas instituições associadas respondem por 28,57% das acreditações nacionais e 79,76% das acreditações internacionais.
Juntos, os hospitais que fazem parte da entidade correspondem a 28,2 mil leitos. Desses, a maioria é de grande porte e porte especial, considerados de alta complexidade.
Portanto, o fato de a Anahp representar uma importante rede hospitalar privada, faz com seja responsável pela elaboração de diversas pesquisas e estudos na área de saúde suplementar. Além disso, conta com produtivos informativos e canais de informação que contribuem para o desenvolvimento do setor, como:
- Portal de notícias: o próprio site da associação possui um canal com as principais informações do setor e inovações do mercado de saúde suplementar;
- Revista Panorama: publicação com diversos conteúdos sobre saúde suplementar, com notícias, entrevistas e reportagens;
- On Demand: plataforma para compartilhamento dos conteúdos produzidos pela Anahp, que pode ser acessada por pessoas e entidades não associadas;
- Observatório: publicação anual realizada através do Sistema Integrado de Indicadores Hospitalares Anahp (SINHA), que realiza a coleta de dados entre os associados. Também conta com indicadores de mercado, análises setoriais e pesquisas.
Todas essas ferramentas são importantes para os parceiros, que se mantém atualizados sobre o setor. Sobretudo porque as análises e informações fazem diferença para a administração hospitalar, uma vez que proporcionam maior conhecimento estratégico com enfoque em liderança.
Perspectivas do Observatório 2020 para a saúde no Brasil
Apresentado durante uma live no canal da Anahp no Youtube, o Observatório 2020 seguiu os novos parâmetros impostos pela pandemia do Coronavírus. Uma vez que os eventos presenciais estão suspensos, a alternativa foi utilizar as mídias digitais.
Assim, o lançamento que ocorreria na 27ª edição da Hospitalar – prorrogada para maio de 2021 – foi realizado de forma online. Contudo, esse novo formato manteve a performance de apresentação e análise de perspectivas para o setor de saúde suplementar.
Vejamos a seguir alguns pontos de destaque do Observatório 2020 da Anahp:
Perfil clínico e análise de mercado
O número de associados da Anahp aumentou 8% em 2019. Nesse sentido, a análise feita pela entidade é de um maior engajamento das instituições hospitalares privadas, em busca de mais qualidade e segurança na assistência médica.
Porém, um dos fatores observados foi o impacto negativo do alto índice de glosas, reduzindo a receita dos hospitais. Sem contar que, mesmo os recursos pagos pelas operadoras de plano de saúde tem um prazo extenso e desestabilizam o fluxo de caixa das instituições.
Esse é um dado importante, uma vez que 89,91% da receita dos hospitais associados à Anahp em 2019 foram oriundas dos serviços prestados através de convênios.
Isso porque, conforme apontado pelo Observatório 2020, entre 2010 e 2017 os gastos em saúde das famílias (setor privado) foi maior do que os gastos do governo (setor público).
Portanto, é importante considerar o crescimento do setor de saúde suplementar, uma vez que os investimentos em saúde pública no Brasil permanecem aquém das necessidades da população.
Por outro lado, com a pandemia da Covid-19 e o aumento do desemprego, espera-se uma queda mais acentuada no número de beneficiários de plano de saúde, que em 2019 apontava 40,07 milhões.
Desempenho assistencial
Os hospitais membros da Anahp são instituições de alta complexidade. Entre eles, 67,23% são considerados de grande porte e porte especial e 32,77% de pequeno e médio porte.
O levantamento do Observatório 2020 mostra os seguintes dados de desempenho assistencial das instituições quanto ao apoio diagnóstico e terapêutico:
- Radioterapia: 28,89%
- Quimioterapia: 83,33%
- Laboratório clínico: 96,67%
Entre os anos de 2016 e 2019 foi observada uma queda na média de permanência (em dias) e na taxa de mortalidade. Em linhas gerais, esses dados servem como indicadores de qualidade e segurança assistencial aos pacientes.
Gestão operacional e taxa de ocupação
A taxa de ocupação nos hospitais associados à Anahp em 2019 foi 76,96%. Ao todo, foram contabilizadas 1.891.411 internações. Quanto ao tempo médio de permanência geral, o número registrado foi 4,04 dias em 2019. Contudo, pacientes acima de 75 anos foram os que se mantiveram por mais dias hospitalizados: em média 8,31.
O fato de hospitais Anahp serem instituições de referência, com permanente investimento em tecnologia para atender às exigências do mercado de saúde suplementar, levou ao aumento do índice de cirurgias por paciente.
Ainda assim, a taxa de mortalidade operatória apresentou queda, reafirmando a excelência dos padrões institucionais. Tais números demonstram a importância dos indicadores operacionais na gestão hospitalar, que são otimizados através da adoção de soluções tecnológicas.
Outros indicadores (comparação de 2018 para 2019):
- Aumento na taxa de ocupação de UTI;
- Queda na média de permanência em dias;
- Queda na taxa de partos cesáreos.
Perspectivas do setor para 2030
Conforme aponta o Observatório 2020, a próxima década será crucial para o setor privado de saúde. Não à toa, o Congresso Nacional de Hospitais Privados (Conahp) terá como tema “Brasil Saúde 2030: um novo olhar para o sistema brasileiro de saúde”.
Juntamente com a transformação digital, e ainda mais após o período vivenciado em razão da pandemia do novo coronavírus, muitas mudanças e desafios serão vivenciados. Desse modo, a necessidade de eficiência na gestão hospitalar ficará ainda mais evidente.
Ao passo que a mudança de paradigmas é latente, alguns temas evidenciados durante crise de saúde global serão relatados como perspectiva de aprimoramento do setor. Entre eles podemos destacar:
- Assistencial: importância das políticas públicas em saúde e do investimento no setor para o combate a endemias;
- Perspectiva de pessoas: prioridade na atenção em saúde mental e bem-estar dos profissionais da área da saúde;
- Perspectiva de sustentabilidade: alta relevância em discutir a sustentabilidade a partir dos aspectos financeiro, ambiental e social, em busca de soluções para o enfrentamento de crises.
Para ter acesso aos dados completos do Observatório 2020 da Anahp, clique aqui e faça o download do documento.
Gestão hospitalar: importância da análise de dados
Uma gestão hospitalar de qualidade se baseia na análise de dados e perfil mercadológico para estabelecer padrões de boas práticas. Seja de modo positivo ou negativo, números e estatísticas falam muito sobre a instituição e são determinantes para traçar metas e objetivos futuros.
Principalmente para quem está buscando uma acreditação hospitalar, a mensuração de dados e avaliação de resultados é um dos requisitos. No entanto, é necessário que o embasamento seja feito a partir de números que projetam a realidade da rotina nos serviços de saúde.
Logo, documentos, pesquisas e relatórios realizados por entidades com respaldo técnico como a Anahp são fundamentais para o aperfeiçoamento da gestão hospitalar e crescimento do setor.
Depois de conhecer algumas informações do Observatório da Anahp, saiba quais os impactos da LGPD no setor de saúde.
